O candidato independente à Câmara do Porto, Rui Moreira, defendeu hoje o envolvimento da "massa crítica dos maiores clubes da cidade" na resolução dos problemas que estão ligados à gestão desportiva desta.
Na intervenção final da série de debates "Conversas à Porto", hoje subordinada ao tema "o desporto na cidade", Rui Moreira ouviu dos convidados queixas sobre a "falta de condições nos pequenos clubes" e o "perigo causado pelos ciclistas que circulam a grande velocidade" na zona da Foz.
Sem fugir ao tema, o autarca que se candidata à reeleição argumentou que a forma da câmara tentar responder aos problemas logísticos no desporto da cidade passa pela "partilha de equipamentos", numa política já implementada a partir da recuperação feita nos estádios do INATEL e em Ramalde.
"Teremos de fazer um uso inteligente dos recursos da cidade", disse Rui Moreira, convidando os "maiores clubes da cidade a envolverem a sua massa crítica" na resolução desses problemas, numa resposta à intervenção do presidente do Académico FC e docente da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Pedro Sarmento.
Considerando que "muito foi feito nos últimos quatro anos pelos desporto da cidade", Pedro Sarmento não deixou de apontar insuficiências, relatando casos de clubes que não utilizam as estruturas geridas pela Porto Lazer e cujas instalações "estão abaixo do humanamente admissível".
O antigo médico do FC Porto e especialista em Medicina Desportiva Domingos Gomes fez um paralelismo entre o "bom que é ser campeão da Europa de futebol" e o facto do país "estar mal classificado ao nível da obesidade", lançando o repto a Rui Moreira para que, do ponto de vista social, a "câmara possa acompanhar esta realidade" com mais proximidade.
Revelando sentir "medo" na via pública quando se cruza com ciclistas "em alta velocidade" na sua zona de residência, na Foz, Domingos Gomes ouviu depois Rui Moreira defender uma "segregação" de quem usa o veículo para ir trabalhar ou como lazer, de quem "o faz para se preparar para competição".
São candidatos à Câmara do Porto o independente Rui Moreira, apoiado pelo CDS-PP e MPT, o socialista Manuel Pizarro, Álvaro Almeida, pela coligação PSD/PPM, Ilda Figueiredo, da CDU, João Teixeira Lopes, do BE, Bebiana Cunha, do PAN, Costa Pereira, do PTP, Sandra Martins, do PNR e Orlando Cruz, do PPV/CDC.
O executivo da Câmara do Porto é composto por seis eleitos pelo movimento independente de Rui Moreira, três pelo PS, três pelo PSD (um deles tem pelouro atribuído por Moreira desde 2016, à revelia do partido, e a outro foi retirada a confiança política da concelhia social-democrata, no mesmo ano) e um da CDU.
As eleições autárquicas estão marcadas para 01 de outubro.
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