A Agência Mundial Antidopagem (AMA) decidiu hoje não aplicar novas sanções à agência russa Rusada, que se atrasou 15 dias na entrega dos dados de controlos feitos pelo antigo laboratório de Moscovo, mas mantém a entidade sob vigilância.
"Vários membros do comité executivo expressaram a sua desilusão pelo facto de o prazo [que terminava a 31 de dezembro último] não ter sido cumprido, mas concordaram que nenhuma penalização deveria ser imposta em consequência disso", anunciou em comunicado Craig Reedie, presidente da AMA, citado pela agência de notícias francesa AFP.
A 17 de janeiro, a AMA anunciou o sucesso da sua missão de recuperar dados de controlos feitos pelo antigo laboratório de Moscovo.
"Este é um grande avanço para o um desporto limpo. O longo impasse em volta do acesso a estes dados chegou ao fim e isso é uma ótima notícia", regozijou-se na altura Craig Reedie.
A AMA exigiu esses dados para concluir as suas investigações sobre o sistema de doping institucional que vigorou na Rússia entre 2011 e 2015, e que beneficiou cerca de 1.000 atletas de 30 modalidades, de acordo com as investigações contidas no relatório de Richard McLaren, advogado canadiano.
Apesar do otimismo, o dirigente alertou que agora principia uma nova fase, "a autenticação de dados para garantir que estes estão completos e que não foram danificados".
A AMA confia nesses registos para eventualmente estabelecer uma lista de amostras a serem reanalisadas e depois encaminhar os arquivos para as Federações Internacionais para que estas eventualmente abram processos disciplinares.
Aquela agência suspendeu as sanções contra a Rússia em 20 de setembro, com a condição de Moscovo recuperar esses dados até 31 de dezembro – a punição foi decretada no final de 2015.
A violação do prazo exigido poderia motivar novas sanções, mas a reunião do comité executivo da AMA decidiu não avançar nesse sentido.
O caso remonta ao escândalo levantado pelas revelações do relatório do jurista canadiano Richard McLaren, que descobriu uma rede destinada a forjar resultados de controlos que envolvia inclusivamente membros do Estado russo.
Esta situação levou à exclusão do atletismo russo dos Jogos Olímpicos Rio2016 e dos Mundiais de atletismo de 2017, além da participação sob bandeira neutra nos Jogos de Inverno PyeongChang2018.
Se a AMA não tivesse acesso às amostras na posse do laboratório moscovita, as sanções poderiam ir até à proibição de atletas russos em novos Jogos Olímpicos, desta feita em 2020, no Japão.
Na segunda-feira, a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) autorizou 42 atletas russos a participar em competições de atletismo em 2019 sob bandeira neutra, enquanto a Rússia continua suspensa durante três anos devido aos casos de 'doping'.
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