A seleção portuguesa masculina de curling venceu hoje a Lituânia 8-5 e conquistou a medalha de bronze da Divisão C do campeonato europeu de curling, que decorreu em Kaunas, na estreia da equipa em competições oficiais.

A formação portuguesa, da qual fazem parte cinco luso-canadianos, alinhou nas últimas três partidas reduzida a três jogadores, devido às ausências do capitão Steve Seixeiro, infetado com covid-19, tal como a treinadora principal, e de Ramiro dos Santos, que caiu no gelo e partiu uma costela.

Para a Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP) esta primeira experiência internacional da seleção masculina “ficou acima das expectativas”.

“É o alcançar de um resultado excelente, extraordinário. Nós não pensávamos, quando começámos este percurso, no primeiro ano estarmos a receber uma medalha num campeonato europeu”, disse, em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da federação, Pedro Flávio.

O dirigente referiu que, caso a equipa tivesse disputado os dois primeiros lugares, teria garantido a subida de escalão, mas destacou “a experiência” dos jogadores portugueses, que há muitos anos praticam a modalidade, desporto muito popular no país de acolhimento.

Na discussão do terceiro lugar, José Ribau, Chris Ribau e Vítor dos Santos estiveram em desvantagem nas primeiras rondas, mas acabaram por igualar o resultado e dar a volta ao marcador na ronda extra frente à anfitriã Lituânia, em competição que decorreu entre 30 de abril e 05 de maio.

Para Pedro Flávio esta foi também uma participação histórica, não apenas por ter sido a estreia numa competição internacional, como pelo lugar no pódio.

“Não sei se haverá muitos casos de uma equipa que participa pela primeira vez num campeonato destes e, logo na estreia, ganha uma medalha”, acentuou o vice-presidente da FDIP, que este ano tem feito demonstrações da modalidade na Serra da Estrela Ice Arena, em Portugal.

Pedro Flávio considera que a ausência do capitão e a lesão do alternante da equipa vieram “abalar um bocadinho a motivação deles e a forma como se organizaram a jogar”.

“Isso notou-se ontem (quartafeira) contra a Ucrânia, o que fez com que não conseguíssemos evitar nas meias-finais a equipa mais forte, a Irlanda”, analisou.

O dirigente justificou o resultado conseguido com “um trabalho consistente” que tem vindo a ser feito, com treinos em conjunto e o estágio de uma semana na Letónia, antes da competição.

Pedro Flávio vinca que “esta é também uma vitória das comunidades portuguesas” e acrescentou que a presença da seleção masculina de curling na competição internacional “está a suscitar o interesse de outros jogadores que têm contactado a FDIP”.

“O objetivo é avaliarmos o potencial de outros jogadores, para termos outras equipas que possam dar o salto e desenvolvermos a modalidade”, sublinhou o dirigente federativo.

A equipa nacional é orientada pela escocesa Fiona Simpson e pelo luso-canadiano Daniel Rafael, experiente treinador, com várias participações olímpicas.

A Irlanda foi a vencedora da prova, ao ganhar na final à Ucrânia por 8-2. Participaram ainda, além de Portugal e Lituânia, Croácia, Liechtenstein, Andorra, Roménia e Bulgária.

O curling é uma disciplina jogada numa pista de gelo, com o objetivo de as equipas aproximarem as pedras de granito lançadas o mais perto possível do alvo, esfregando com a escova o piso, para tentar definir a trajetória.