O triatleta João Pereira ambiciona “um grande resultado” em Tóquio2020, para “sorrir mais ainda” do que com o quinto lugar alcançado nos Jogos Olímpicos Rio2016.
“O que vou levar para a vida disto é que tive a oportunidade de fazer um ciclo olímpico com meu colega de treino e grande amigo Miguel Arraiolos, nos Jogos Rio2016, foi um culminar de emoções e de objetivos em comum também bastante fortes, com o realizar de dois sonhos. E, agora, poder realizar essa façanha, novamente, com a minha namorada, com quem treino tanto e tanto, pelo que temos sofrido ao longo dos tempos, acho que não podia pedir nada melhor”, afirmou o triatleta do Benfica.
Em declarações à agência Lusa, o atleta de 33 anos, natural de Alhandra, admitiu que a presença de público na capital japonesa poderia melhorar o ambiente olímpico, mas nada que se compare com a possibilidade de competir com a sua companheira, a também triatleta Melanie Santos, que vai estrear-se em Jogos.
“Conseguir fazer esta experiência vai ser bastante bom e vai deixar-me grandes marcas. Com isso, quero sair com um grande resultado, para me conseguir lembrar da situação e conseguir sorrir mais ainda. Vai ser sempre um momento que vou recordar com grande carinho”, vincou.
A segunda presença olímpica de João Pereira foi hoje confirmada pela Federação de Triatlo de Portugal (FTP), juntamente com a de João Silva, que vai disputar pela terceira vez a competição, e a de Melanie Santos, depois de um “adiamento por um ano bastante duro, para todos os atletas”.
“Depois de 2016 atravessei uma fase um pouco difícil, porque senti que estava em condições de fazer bem melhor, no Rio de Janeiro, apesar de ter ficado muito perto das medalhas, e propus-me a trabalhar para tentar alcançar esse objetivo. Vai ser uma prova bastante dura, todos os atletas vão enfrentar condições bastante adversas, mas acredito que esteja nas melhores condições possíveis”, assegurou.
João Pereira reconheceu ter-se focado “mais no treino” e não tanto disputar provas, procurando equilibrar os níveis competitivos nos setores de natação e ciclismo, dada a sua experiência, contando “provar isso mesmo, em Tóquio”.
Atualmente em estágio em Font Romeu, em França, o triatleta luso confia que este treino em altitude se reflita na prova na capital japonesa, marcada para 26 de julho, apontando a tendência atual da modalidade.
“Eu sempre fui um atleta bastante equilibrado, mas o triatlo vai dando voltas. Agora, mais importante do que correr em corrida pura, é conseguir correr cansado. O meu objetivo foi trabalhar bem o segmento de ciclismo, tendo tido a sorte de me juntar a ciclistas profissionais, que fizeram a Volta ao Algarve e vão fazer a Volta a Portugal, que me deram outro ritmo em treino, apesar de serem foras de série e com os quais não tinha a mínima hipótese. Mesmo assim, senti que não estava assim tão longe, era mais uma questão de tempo em cima da bicicleta do que ritmo e intensidade”, explicou.
O triatlo tornou-se hoje na 15.ª modalidade com representação portuguesa em Tóquio2020, aumentando o contingente de atletas nacionais para 72.
Os Jogos Olímpicos, adiados um ano devido à pandemia de covid-19, vão decorrer entre 23 de julho e 08 de agosto.
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