O Grande Prémio da Hungria veio trazer a espetacularidade que já se julgava perdido nesta temporada de Fórmula 1. Pela primeira vez esta época os dois Mercedes foram batidos e apenas um piloto subiu ao pódio. A espetacular vitória de Daniel Ricciardo arrrancada nas últimas voltas do circuito de Hungaroring, a brilhante corrida de Lewis Hamilton e o excelente segundo lugar de Fernando Alonso mostrou que a segunda metade da época da Fórmula promete. As equipas vão de férias e só voltam para o Grande Prémio da Bélgica, marcado para o dia 24 de agosto.

A vitória de Daniel Ricciardo da Red Bull (ja tinha ganho o GP do Canadá, batendo Nico Rosberg que teve problemas no seu monolugar, numa prova onde Hamilton abandonou com problemas de travões), coloca o jovem piloto australiano na luta pelo título e dá alento a uma época que tem sido dominada pelos dois carros da Mercedes: Nico Rosberg é primeiro no mundial de pilotos, com 202 pontos, com Hamilton em segundo com 191. Seguem Daniel Ricciardo da Red Bull com 131 e Fernando Alonso da Ferrari com 115.

Além da vitória de Ricciardo na Hungria, assistiu-se ao romper de relações entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg. Os dois pilotos sempre foram amigos, desde os tempos do em que competiam juntos no karting mas a sua convivência na equipa alemã fez deteriorar a relação. A “gota de água” foi a decisão de Hamilton desobedecer as ordens da equipa para deixar passar Rosberg. O piloto alemão tinha de mudar de pneus macios para as últimas voltas onde contava atacar a vitória mas Hamilton não acedeu a abrandar para facilitar a vida a Rosberg, que verdade seja dita, nunca esteve perto o suficiente para ultrapassar o inglês. Hamilton questionou a equipa que decidiu acabar com as ordens e deixar os pilotos lutarem pela vitória no Mundial. Foi também a primeira vez esta época que Rosberg terminou e não foi ao pódio.

Após uma corrida louca, com duas entradas do Safety-car em pista e com chuva no início da prova, os Mercedes mostraram que não são imbatíveis. Se Hamilton fez uma recuperação épica, partindo da boxes para terminar em terceiro, o mesmo não se pode dizer de Rosberg: o alemão conseguiu a pole, ganhou vantagem cedo mas depois não soube gerir melhor a corrida. Nas últimas duas voltas, depois de alcançar Hamilton, e mesmo com melhores pneus, não foi capaz de ultrapassar o inglês e ganhar mais vantagem no Mundial.

A Williams, que vinha de excelentes resultados, com dois pódios do finlandês Valterri Bottas (um segundo lugar na Alemanha e um terceiro lugar em Inglaterra) pagou o preço das más decisões na escolha dos pneus e acabou com Massa no 5.º lugar e Bottas no oitavo posto.

A próxima corrida, em Spa-Francorchamps na Bélgica, poderá ser decisiva para ver se as outras equipas conseguem aproximar-se da Mercedes. A Ferrari parece estar a recuperar terreno (Alonso foi 2.º e Raikkonen 6.º no último Grande Prémio), as provas de Ricciardo mostram que os Red Bull podem ser competitivos e dar luta aos Mercedes. E há que contar com os Williams de Bottas e Massa (se não tiver os azares que tem tido), equipados com unidades de energia Mercedes, que já mostraram ser muito rápidos.

A seguir a Bélgica, ficam a faltar apenas sete provas, com destaque para o regresso da Rússia ao Mundial de Fórmula 1, numa prova a ter lugar no circuito de Sochi. Espera-se que em Interlagos volta a haver chuva para trazer espetacularidade à prova, como tem havido nos últimos anos.

O Mundial de Fórmula 1 termina a 23 de novembro, em Abou Dhabi, no circuito de Yas Marina. Tem o aliciante pormenor de os pontos serem a dobrar, o que trará ainda mais emoção à prova.

O que resta do Mundial de Fórmula 1

24 de agosto, Bélgica, Spa-Francorchamps
07 de setembro, Itália, Monza
21 de setembro, Singapura, Marina Bay
5 de outubro, Japão, Suzuka
12 de outubro, Rússia, Sochi
02 de novembro, Estados Unidos, Austin
09 de novembro, Brasil, Interlagos
23 de novembro, Abou Dhabi, Yas Marina