Autarcas das freguesias da Mexilhoeira Grande e de Odiáxere, próximas do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, consideram que a ausência de público no Grande Prémio de Portugal de MotoGP, “tem um impacto mínimo” na economia local.
“Em alguns eventos com público verifica-se um acréscimo de pessoas a circularem pela freguesia, com reflexo nos estabelecimentos de restauração e no comércio de produtos locais, mas não se pode dizer que seja muito significativo”, disse à agência Lusa José Nunes, presidente da Junta de Freguesia da Mexilhoeira Grande, no concelho de Portimão, onde se situa o ‘palco’ da 14.ª e última prova do campeonato do mundo de motociclismo de velocidade MotoGP.
Na opinião do autarca, a ausência de público devido à pandemia de covid-19 no Grande Prémio de Portugal, que vai ser disputado entre sexta-feira e domingo, “não terá grande reflexo nas receitas dos estabelecimentos locais, embora pudesse ser uma pequena ajuda para minimizar os prejuízos dos pequenos empresários” de uma freguesia com cerca de quatro mil habitantes (Censos de 2011).
“As provas com público representariam apenas uma pequena ajuda para os cerca de sete estabelecimentos comerciais locais, mas penso que sem grande significado em termos de receitas de caixa”, frisou.
José Nunes indicou que, segundo o que lhe tem sido transmitido pelos proprietários dos estabelecimentos, a afluência de público às provas no AIA “contribuem sempre com alguma coisa para a receita, mas longe do que seria expectável”.
“Com a abertura das provas ao público, existe um maior movimento de pessoas nos estabelecimentos de restauração e de bebidas, bem como nos de produtos locais, com a procura de mel e outros derivados produzidos nesta freguesia rural”, apontou.
Por seu turno, o presidente da Junta de Freguesia de Odiáxere, no concelho de Lagos, outra das freguesias vizinhas do AIA, manifestou à Lusa “pouca preocupação com o impacto económico na vila” provocado pela ausência de público na prova.
“Só registámos um aumento de pessoas nos estabelecimentos, principalmente nos de restauração, aquando da realização da prova do Mundial de Fórmula 1. Em outras provas, em anos anteriores, não houve grande impacto na economia na vila de Odiáxere”, sublinhou Carlos Fonseca.
Segundo o autarca, os eventos no AIA refletem-se no aumento do trânsito automóvel pela vila, “até porque a mesma é atravessada pela Estrada Nacional (EN) 125, uma das principais vias rodoviárias de acesso ao circuito algarvio”.
“Este ano com a Fórmula 1 notou-se uma procura pelos restaurantes e estabelecimentos similares que se situam junto à EN125, o que não sucedeu noutras ocasiões”, acentuou.
Para o autarca de Odiáxere, freguesia com cerca de três mil habitantes (Censos 2011), a ausência de público no MotoGP “não terá, por isso, grande impacto na economia local, mas sim para a região do Algarve”.
“É mau para a economia do Algarve, mas temos de reconhecer que a altura não é propícia para eventos que possam aglomerar um elevado número de pessoas devido à pandemia de covid-19 que estamos a viver. A saúde está primeiro!”, concluiu.
O circuito de Portimão recebe de sexta-feira a domingo a 14.ª e última prova do Mundial de MotoGP, numa corrida que decorrerá sem público, devido à pandemia de covid-19.
Miguel Oliveira, o único piloto português a competir naquela que é considerada a prova ‘rainha’ do motociclismo de velocidade, procura a segunda vitória da carreira na categoria, depois de ter vencido o GP da Estíria, na Áustria, no passado dia 23 de agosto.
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