O britânico Lewis Hamilton ficou hoje a um ponto da liderança do Mundial de Fórmula 1, ao vencer o Grande Prémio do Bahrein, segunda prova do campeonato de 2019, em mais uma ‘dobradinha’ da Mercedes.

Hamilton terminou com o tempo de 1:34.21,295 horas, deixando o companheiro de equipa, o finlandês Valtteri Bottas, a 2,980 segundos e o monegasco Charles Leclerc (Ferrari), terceiro, a 6,131 segundos. Bottas segurou a liderança do campeonato, por um ponto, graças ao facto de ter realizado a melhor volta na corrida de abertura da temporada, na Austrália.

A Ferrari teve hoje um dia para esquecer, pois viu a vitória escapar-lhe por ‘entre os dedos’ devido a uma falha do MGU-H de Leclerc, o motor elétrico que equipa os seus carros e é responsável pela recuperação de energia nas travagens.

Leclerc, que ocupava a ‘pole position', deixou o monolugar derrapar e viu-se ultrapassado pelo alemão Sebastian Vettel (Ferrari) e por Bottas, mas, à sexta volta, o piloto, de 21 anos, já tinha recuperado a liderança com duas ultrapassagens temerárias, dominando a partir daí.

Vettel voltou a cometer um erro quando era ultrapassado por Hamilton, já depois da paragem para troca de pneus, na volta 38, fazendo um pião, sem que os dois carros se tenham tocado. A manobra danificou os pneus dianteiros, o que provocou a quebra da asa da frente e obrigou a nova passagem pelas boxes, impedindo qualquer hipótese de lutar pelo pódio.

Leclerc dominava a corrida, mas, a 10 voltas do final, quando detinha nove segundos de vantagem sobre Lewis Hamilton, começou a perder potência, acabando por ser ultrapassado pelo atual campeão e por Bottas e ficando ainda sob ameaça do holandês Max Verstappen (Red Bull).

No entanto, o último ‘golpe de teatro’ aconteceu a duas voltas do final, quando os dois Renault, do alemão Nico Hulkenberg e do australiano Daniel Ricciardo, tiveram de encostar no final da reta da meta com os motores partidos, quase em simultâneo, obrigando à entrada do ‘safety car', impedindo novas ultrapassagens e garantindo o pódio a Leclerc e a vitória a Lewis Hamilton.

"Tenho pena pelo Charles [Leclerc], mas temos muito trabalho para fazer para apanhar estes rapazes [da Ferrari]. Este rapaz terá muitas mais vitórias no futuro. Tivemos sorte, mas temos de a agarrar quando a oportunidade aparece", disse o vencedor.

Sobre a situação com Vettel, o britânico admitiu que "foi bom" para a sua corrida: "Travei mais tarde do que o costume e não nos tocámos", explicou.

Leclerc estava desconsolado, apesar de ter somado o primeiro pódio da carreira (o melhor resultado tinha sido um quinto lugar). "Infelizmente, não foi o nosso dia. Estou extremamente desapontado, mas são coisas que acontecem no automobilismo. Tivemos sorte no meio do azar pois tivemos o ‘safety car'", assinalou Leclerc.

Pela primeira vez, a Mercedes conseguiu uma ‘dobradinha’ nas duas primeiras provas do Mundial e lidera o campeonato de construtores com 87 pontos, contra 48 da Ferrari e 31 da Red Bull.

No Mundial de pilotos, Bottas tem 44 pontos, seguido de Hamilton, com 43 e do holandês Max Verstappen, com 27. Charles Leclerc, que somou um ponto extra por ter feito a volta mais rápida da corrida, é quarto, com 26 e Vettel tem apenas 22.

A próxima prova do Mundial de F1 é o Grande Prémio da China, em 14 de abril.