O espanhol Marc Márquez (Honda) espera uma temporada "divertida" em MotoGP, num ano em que tem "curiosidade" para saber como se vão adaptar os estreantes na categoria rainha, incluindo o português Miguel Oliveira.

Em entrevista à agência Lusa em vésperas do arranque do Campeonato do Mundo de Velocidade, o pentacampeão mundial admite que ainda não está completamente recuperado da operação ao ombro esquerdo a que foi submetido em dezembro.

"Será, certamente, um ano divertido e, como sempre, tentarei lutar pelo Mundial. Esse é o meu objetivo a cada ano. Esperemos que as lesões e os contratempos não nos afetem e que haja corridas como no ano passado, para todos os fãs poderem desfrutar", começou por dizer.

No entanto, o piloto da Honda não se mostra preocupado por estar ainda em recuperação física, garantindo estar “praticamente a cem por cento”.

“Esta pré-temporada falou-se muito do meu ombro, pelo que é um tema que quero ultrapassar. Estou quase a cem por cento e neste primeiro Grande Prémio não será nenhuma limitação", explicou, admitindo que foi "um inverno diferente, duro, com muitas horas de recuperação e sem descanso".

A prova do Qatar, que no domingo marca o arranque do Mundial, terá quatro estreantes na categoria principal, a de MotoGP, incluindo o português Miguel Oliveira.

"Chegam quatro grandes pilotos [Miguel Oliveira, os italianos Francesco Bagnaia e Fabio Quartararo e o espanhol Joan Mir], com muita vontade e com o objetivo de mostrar que estão aqui por mérito próprio. Tenho curiosidade de ver como se adapta cada um deles a esta categoria", frisou o atual campeão mundial.

Aos 26 anos e com sete títulos mundiais conquistados, Marc Márquez é um fenómeno de popularidade. Mas a carreira mundialista despontou precisamente no Estoril, no GP de Portugal de 2008. Um dia que ficará "para sempre guardado na memória".

"Tenho muito boas recordações dessa corrida, por tudo o que se passou, como foi aquele domingo. Por isso, claro que gostaria de voltar ao Estoril", revelou o piloto espanhol da Honda.

"Tudo o que aconteceu naquele domingo, na corrida de 125cc, é inexplicável. Será algo que irei guardar sempre na memória e que ficará na História. Seria uma mistura de alegria, felicidade, sofrimento, nervos e paixão", garantiu.

Hoje em dia, as corridas têm sido dominadas pelos pilotos espanhóis, que já contam 601 vitórias em GPs em todas as categorias. Para Marc Márquez, o segredo é simples de explicar.

"Espanha sempre foi um país com grande tradição no motociclismo, com grandes pilotos desde a época de Angel Nieto, que atravessaram diferentes gerações. Tenho a sorte de pertencer a uma geração que lidera o motociclismo a nível mundial, que conseguiu vários títulos, e isto ajuda a aumentar a legião de fãs. Por outro lado, a Real Federação Espanhola de Motociclismo e a Dorna [empresa promotora do campeonato] têm feito um grande trabalho de base, organizando competições para os mais novos, que têm um bom nível. Isso refletiu-se no Mundial de MotoGP mas também de Moto2 e Moto3", sentenciou o campeão.