O “rookie” Marc Marquez (Honda) parte domingo em vantagem sobre o bicampeão Jorge Lorenzo (Yamaha) para a conquista do título de MotoGP, na 18.ª e última prova da classe rainha do Mundial de motociclismo de velocidade.

Sete anos depois, o cetro volta a ser decidido no Grande Prémio da Comunidade Valenciana, em Espanha, agora entre dois espanhóis, sendo que o jovem de 20 anos só necessita de ser quarto para se tornar o mais jovem campeão mundial da história do MotoGP.

Marquez já falhou duas tentativas para suceder, 35 anos depois, ao norte-americano Kenny Roberts como primeiro estreante a vencer a competição rainha, mas, após «desperdiçar» 30 pontos, ainda lidera com 13 à maior (318-305) e, agora, só depende de si próprio.

«Como é óbvio, sabemos o que está em jogo neste último grande prémio, mas vamos abordar esta corrida como todas as outras, trabalhando arduamente desde sexta-feira e dando o nosso melhor», afirmou o jovem piloto espanhol.

Tendo em conta que o piloto de Cervera só falhou o pódio em duas ocasiões, uma por queda (Mugello) e outra por erro da equipa (Phillip Island), bastará, previsivelmente, a Marquez manter-se em “pé” e chegar ao final para suceder a Lorenzo.

O favoritismo é do “rookie”, mas os azares acontecem e, em 2006, o italiano Valentino Rossi também chegou na frente a Valência, mas caiu, foi 13.º e perdeu o cetro para o norte-americano Nicky Hayden (Honda), que partira com oito pontos de atraso.

Marc Marquez, que “nasceu” para o Mundial de velocidade no Grande Prémio de Portugal (a 13 de abril de 2008, no Estoril), procura repetir os títulos que conseguiu nos 125cc e no Moto2, mas não na época de estreia, mas sim na terceira (com uma Derbi, em 2010) e segunda (com uma Suter, em 2012).

Por seu lado, Jorge Lorenzo, de 26 anos, corre pelo terceiro título de MotoGP, depois dos conquistados em 2010 e 2012, numa época em que foi o piloto que mais corridas ganhou: sete, contra seis de Marquez, três de Dani Pedrosa e uma de Rossi.

«Vai ser emocionante, talvez a jornada mais emocionante da época. Ainda estamos na luta e isso é o mais importante neste momento. Estou muito motivado, porque cheguei a pensar que o campeonato estava acabado. Não temos nada a perder, mas tudo a ganhar», perspetivou Lorenzo.

Se a discussão do título de MotoGP será entre dois espanhóis, o cetro de Moto3 também se discute entre pilotos da mesma nacionalidade: aliás, como Pol Espargaró já venceu em Moto2, a Espanha já assegurou o pleno de títulos em 2013.

No Moto3, que tem o português Miguel Oliveira (Mahindra) no sexto lugar da tabela, Luis Salom (300), Maverick Vinãles (298) e Alex Rins (295) estão separados por cinco “míseros” pontos, pelo que poderá haver luta até à linha de meta.

O Grande Prémio da Comunidade Valenciana será uma autêntica final para os três pilotos da KTM, todos eles dependentes apenas de si próprios, de um triunfo, para arrebatarem o cetro.

Vencedor da última prova, no Japão, o também espanhol Alex Marquez pode ter igualmente um papel importante na discussão do título, não sendo de excluir que Miguel Oliveira, ainda com a ilusão de acabar como o melhor «não espanhol», também «atrapalhe», ele que foi terceiro na Malásia.