O presidente da Câmara de Cascais admitiu este domingo que o Grande Prémio de Portugal de motociclismo pode sair do Estoril, mas por «razões que serão ainda mais importantes para Portugal e para Cascais», escusando-se, porém, a revelá-las.

«Estamos a trabalhar todos os dias com o Domingos Piedade [diretor do circuito], com o circuito do Estoril, com o Governo e outras entidades para que se não estivermos aqui [para o ano] por causa do MotoGP estaremos por razões ainda melhores e serão ainda mais importantes para Portugal e para Cascais», afirmou Carlos Carreiras à agência Lusa.

Questionado sobre quais os motivos, o autarca garantiu só «anunciar as coisas quando estão concretizadas».

«O mínimo que podemos esperar é tentar que o MotoGP esteja cá para o ano, se não estiver será pelos tais motivos muito melhores, os quais estamos a trabalhar e quando os concretizarmos serão anunciados», disse.

As declarações de Carreiras surgem depois de responsáveis da Dorna, a empresa organizadora do mundial de motociclismo, admitirem que o Estoril poderia ficar fora do calendário internacional.

«Sabemos funcionar bem com pessoas que falam sobre aquilo que não sabem daquilo que falam e dos que têm a doença nacional, para a qual não há remédio, a inveja. Mas o que vamos tentando é ter um coração forte para ir aguentando todos os anos», acrescentou à Lusa.

Face à crise económica que se vive, o autarca considerou que um «ano já é um longuíssimo prazo».

Escusando-se a avançar números concretos do retorno do GP de Portugal e do Estoril Open em ténis, que hoje terminam, por ser «difícil estipular a base» para os contabilizar, o autarca informou, porém, que no ano passado foi o «melhor ano turístico de Cascais».

«Com mais de um 1,1 milhão de dormidas, o próprio preço médio subiu e tivemos uma receita de mais de 18 milhões de euros e que dizem as estatísticas internacionais que se devem multiplicar por três a nível da restauração e do comércio», acrescentou o autarca, referindo que no final das contas, o aumento das receitas na ordem dos 52 milhões de euros.