O belga Thierry Neuville (Hyundai i20) aproveitou hoje as duas passagens por Amarante para cimentar a sua vantagem na liderança da 52.ª edição do Rali de Portugal, para 39,8 segundos sobre o britânico Elfyn Evans (Ford Fiesta).

O vice-campeão do mundo em 2013, 2016 e 2017 reforçou hoje a sua candidatura à primeira vitória em Portugal, onde tem como melhor resultado o segundo lugar no ano passado, impondo-se no troço mais longo da prova, que fechou as secções matinal e vespertina.

“Eu sabia que podia fazer a diferença aqui, outra vez. Tive um início limpo, nesta especial espetacular. Enfrentei algumas curvas molhadas, onde percebi que alguns alargaram a trajetória, e eu só tive de travar mais cedo e apertar”, explicou Neuville, que, em caso de vitória, pode destronar da liderança do Mundial o francês Sébastien Ogier (Ford Fiesta), pentacampeão do mundo e da prova lusa.

Após o abandono na sexta-feira, Ogier corre em Rali 2 e só pode pontuar na ‘powerstage’, para minimizar uma eventual perda da liderança para Neuville, que está a 10 pontos, mas, mesmo assim, foi o mais rápido na segunda visita a Amarante, naquela que foi a 15.ª especial da prova e a sexta do dia.

“Foi um trabalho duro. Todos sabem que quando se luta contra ninguém não tem piada, mas estivemos rápidos e consistentes esta tarde e isso, pelo menos, são aspetos positivos”, referiu Ogier.

Neuville reforçou a liderança em Amarante, depois de Evans ter atacado nos quatro troços mais curtos, de Vieira do Minho e Cabeceiras de Basto, sem grandes resultados práticos.

“Para ser honesto, não fiquei completamente satisfeito com esta etapa. Senti o mesmo que senti durante a manhã. Mas, globalmente, estou feliz pela forma como correu o dia”, referiu Evans.

O britânico conseguiu destacar-se do espanhol Dani Sordo, que permanece no terceiro lugar, mas a 57,2 segundos de Neuville, muito por causa de uma curva mal calculada pelo piloto da Hyundai em Amarante, que o obrigou a algumas manobras no troço, que foi disputado sob um ligeiro aguaceiro.

Este erro do piloto cantábrio animou a luta pelo mais baixo lugar do pódio, uma vez que permitiu aos finlandeses Teemu Suninen (Ford Fiesta) e Esapekka Lappi (Toyota Yaris), quarto e quinto classificados, concluíram a jornada a 1.01,9 e 1.13,0 minutos de Neuville, respetivamente.

Já distantes surgem os dois outros WRC resistentes, casos do norueguês Mads Ostberg (Citroën C3), que deslizou na segunda passagem por Cabeceiras de Basto, devido ao piso escorregadio, mas o público ajudou-o a retomar a corrida, e do irlandês Craig Breen (Citroën C3).

Também da marca francesa, o britânico Kris Meeke sofreu um violento acidente, em Amarante, e já teve alta hospitalar, mas aumentou o número de abandonos do rali português, juntando-se aos desistentes de sexta-feira, casos de Ogier, Andreas Mikkelsen (Hyundai i20), Ott Tänak (Toyota Yaris) e Jari-Matti Latvala (Toyota Yaris), que, mesmo assim, foi hoje o mais rápido em duas especiais.

Armindo Araújo (Hyundai i20 R5), que assegurou a vitória na parte dedicada ao Nacional de ralis, continua a ser o português mais rápido em prova, ocupando o 14.º lugar, a 19.11,1 minutos de Neuville, seguido de Miguel Barbosa (Skoda Fabia R5), que ocupa o 17.º posto, a 22.49,4.

No domingo, cumprem-se os últimos 51,53 quilómetros cronometrados da edição de 2018 do Rali de Portugal, com a duas passagens no troço de Montim (8,64 km), a classificativa de Luílhas (11,89 km) e a emblemática especial de Fafe (11,18 km).

O troço da Lameirinha, com o seu tradicional salto da pedra sentada, também vai ser percorrido em duas ocasiões, a segunda a marcar o encerramento do rali, com a ‘power stage’ da 20.ª e a última especial.