O belga Thierry Neuville (Hyundai i20) disse hoje ter seguido o exemplo do francês Sébastien Loeb, nove vezes campeão do mundo, para assegurar a vitória na 52.ª edição do Rali de Portugal.

Em conferência de imprensa, o novo líder do Mundial de ralis admitiu que o abandono do francês Sébastien Ogier (Ford Fiesta) lhe abriu o caminho para o segundo triunfo do ano, depois da vitória na Suécia.

“Ele [Ogier] saiu, mas tenho um caminho para fazer e isso motivou-me ainda mais, acho que foi uma boa decisão continuar a forçar o andamento, para assegurar a liderança. Aprendi com o Loeb, que o importante é seguir para a vitória e acho que fiz bem”, recordou Neuville.

Nicolas Gilsoul, copiloto do belga, enalteceu a importância do triunfo na prova, até pela presença lusa na assistência ao i20: “Estou muito satisfeito porque grande parte do nosso ‘staff’ é português, sabemos que foi importante para eles também e estamos orgulhosos por este resultado.

Neuville e Gilsoul lideram o Mundial com 119 pontos, mais 19 do que Ogier, pentacampeão do mundo, e mais 47 do que o estónio Ott Tänak (Toyota Yaris), que também abandonou o rali na sexta-feira.

“A equipa fez um grande trabalho, tivemos alguns problemas, mas, claro, a equipa espera chegar ao título que nos escapou no ano passado. Tal como na altura, o Thierry lidera, mas queremos que ele mantenha a liderança”, frisou o responsável pela equipa da marca sul-coreana, Michel Nandan.

A Hyundai reforçou a liderança entre os construtores, com 175 pontos, contra 162 da M-Sport (Ford). A Toyota, que contou com o quarto lugar do finlandês Esapekka Lappi, segue no terceiro posto, com 140, à frente da Citroën, que se quedou pelos sexto e sétimo lugares do norueguês Mads Ostberg e do irlandês Craig Breen, respetivamente, e soma 111.

O britânico Elfyn Evans (Ford Fiesta) reconheceu “alívio” com a conquista do primeiro pódio da temporada, ao terminar em segundo, a 40 segundos de Neuville, num resultado “agradável, mas não perfeito”.

Igualmente em estreia no pódio, mas pela primeira vez na carreira, o finlandês Teemu Suninen (Ford Fiesta), que foi terceiro a 45,9, disse estar a apreciar a experiência: “Finalmente! Sabe muito bem chegar pela primeira vez ao pódio”.

O sueco Pontus Tidemand (Skoda Fabia R5) voltou a vencer a categoria WRC2 do Rali de Portugal, numa prova “dura para todos”, em que conseguiu andar com “boa velocidade e perto dos limites”, terminando no oitavo lugar da geral, a 13.44 minutos.

O também sueco Dennis Radström (Ford Fiesta R2) foi o primeiro na competição de juniores (WRC3J), com uma vantagem de praticamente 15 minutos sobre o segundo classificado, terminando o Rali de Portugal no 22.º lugar, a 35.45,7 minutos de Neuville.

“Foi um fim de semana fantástico, mas continua a ser um desafio fantástico. Tínhamos um bom avanço, mas tinha de manter o carro”, referiu Radström, que, quando questionado sobre o salto da pedra sentada, em Fafe, se limitou a explicar que o fez com cuidado.