O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje estar orgulhoso dos condutores, equipa e outros membros da NASCAR por não terem protestado durante o hino antes da corrida de automóveis no fim-de-semana, em New Hampshire Motorspeedway.
“Estou muito orgulhoso da NASCAR e dos seus apoiantes e fãs. Eles não tolerarão o desrespeito ao nosso país, nem à nossa bandeira – disseram-no em alto e bom som!”, afirmou Trump na rede social Twitter.
As declarações surgem um dia depois de dezenas de jogadores de futebol americano se terem ajoelhado, em protesto, durante o hino em jogos por todo o país.
Esta forma de protesto tem como objetivo chamar a atenção para a injustiça social, nomeadamente em questões como a violência policial e o racismo.
O gesto simbólico aconteceu depois de um jogador, Colin Kaeernick, o ter feito em 2016. Na passada sexta-feira, Trump sugeriu aos proprietários que os atletas que se ajoelhassem durante o hino fossem demitidos dos clubes, considerando o gesto uma falta de respeito pelo país, com o governante a apelar ainda aos adeptos para boicotarem os jogos da Liga de Futebol Americano (NFL, em inglês).
Diversos donos e executivos da NASCAR disseram no domingo que não queriam que nenhum membro das suas organizações protestasse. A competição automóvel tem uma forte presença nos estados do Sul e conta com muitos fãs conservadores.
“Quem trabalhar para mim deve respeitar o país em que vivemos. Muitas pessoas deram a vida por ele. Isto é a América”, disse Richard Childress, que foi dono da equipa de longa data de Dale Earnhardt, sobre os protestos.
Richard Petty, que foi sete vezes campeão da NASCAR, afirmou que “quem não se levantar durante o hino deverá estar fora do país. Ponto final. O que os trouxe até onde estão? Os Estados Unidos”.
Quando questionado se um funcionário da Richard Petty Motorsports (RPM) seria despedido caso protestasse, respondeu: “Está certo”.
Por outro lado, Andrew Murstein, que é dono da RPM juntamente com Richard Petty, indicou à ESPN que “ninguém seria despedido por expressar os seus sentimentos”.
“Eu sentar-me-ia com eles e diria que é a coisa errada a fazer e que muitas pessoas, incluindo eu, vêem-no como uma afronta ao nosso grande país”, acrescentou.
Algumas horas depois das declarações de Trump, a NASCAR emitiu um comunicado onde dizia que o respeito pelo hino “sempre foi uma marca” dos eventos que antecedem as corridas e, acrescentou, vivem num país de “inigualáveis e incontáveis liberdades, incluindo o direito a expressarem a sua opinião de forma pacífica”.
O condutor mais popular da NASCAR, que se vai reformar no fim da época, Dale Earnhardt Júnior, disse hoje na rede social Twitter que apoia os protestos pacíficos.
Joe Gibbs, que ganhou três ‘Super Bowls’ enquanto treinador da Washington Redskins, é agora dono da equipa de NASCAR Joe Gibbs Racing (JGR) e sublinhou, acerca dos protestos, que “muito foi sacrificado pelo país e pela bandeira”.
“É muito importante que honremos a América”, acrescentou.
A NASCAR disse ainda que o campeão em 2016, Jimmie Johhson, não foi convidado para a Casa Branca para ser reconhecido como já teria sido anteriormente mas que isso não seria estranho devido às mudanças no gabinete.
Já no basquetebol, também os campeões Golden State Warriors e Stephen Curry, estrela da NBA, viram o seu convite à Casa Branca ser retirado.
Curry tinha dito que não queria que a equipa visitasse a Casa Branca, onde as equipas campeãs costumam ser homenageadas, em protesto contra o mandato de Trump.
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