O treinador André Villas-Boas recordou esta madrugada o encontro no Rali Dakar com Paulo Gonçalves, que morreu no domingo na sequência de uma queda na prova, enaltecendo a nobreza de espírito do ‘motard’ português.
“Querido Paulo, cruzámo-nos pela primeira vez nas verificações administrativas do Dakar 2018 em Lima. No teu tom firme, gozão mas sempre simpático disseste: ‘Então Sr. Treinador o que é que estás aqui a fazer? Olha que isto não é futebol pá! Boa sorte!’”, começa por contar o treinador do Marselha, que em 2018 alinhou na maior competição de todo-o-terreno e foi forçado a abandonar na quarta etapa, depois de ter tido um acidente.
Vilas-Boas prossegue dizendo que o Rali Dakar, efetivamente, não era futebol, mas sim a prova, a aventura, o território que Paulo Gonçalves sempre dominou “com afinco, sabedoria e valentia”.
“Onde venceste etapas, onde caíste, onde te levantaste, onde suaste, choraste e sofreste. Na mesma prova demonstraste ao mundo o que é ser solidário, perseverante, amigo, companheiro, determinado e veloz. Todos reconhecem em ti a tua nobreza de espírito. Todos vão sentir a tua falta”, afirma.
O técnico português, ele próprio um apaixonado dos ralis, recorda Paulo Gonçalves como “um gentleman de punho cerrado para a pista e sorriso aberto para a vida”.
“Assim te recordarei para sempre”, conclui, endereçando “sinceros pêsames” aos amigos, familiares, à esposa e aos filhos do ‘motard’ português.
O piloto português morreu no domingo na sequência de uma queda durante a sétima de 12 etapas da 42.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno, na Arábia Saudita.
De acordo com a informação da Amaury Sport Organization (ASO), o alerta foi dado às 10:08 horas locais, menos três em Lisboa.
Foi enviado de imediato um helicóptero que chegou junto do piloto às 10:16, tendo encontrado Paulo Gonçalves inconsciente e em paragem cardiorrespiratória.
"Depois de várias tentativas de reanimação no local, o piloto foi helitransportado para o hospital de Layla, onde foi confirmada a morte", referiu a organização.
Paulo Gonçalves, que foi segundo em 2015, participava no Dakar pela 13.ª vez desde 2006, ano de estreia na prova.
*Artigo atualizado
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