O piloto Tiago Monteiro concretizou hoje "um sonho", ao voltar às vitórias em Vila Real, e prometeu ir a Fátima a pé, depois de "muitas dúvidas" sobre o regresso à competição após o grave acidente de setembro de 2017.
Tiago Monteiro somou o primeiro triunfo da temporada da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), após seis etapas disputadas, e festejou com muita emoção perante o público da casa.
"Era um sonho até há poucas horas que se tornou realidade. Todo o trabalho dos últimos dois anos vinha nesta direção. Queria não só voltar, mas voltar forte em Vila Real. Tendo em conta os outros resultados, nada estava garantido", comentou, no final.
O piloto portuense revelou que "foi um dos maiores esforços da [sua] carreira para estar competitivo nesta corrida". "Depois da fantástica volta da qualificação, tudo era possível. Depois foi a estrelinha que todos os campeões têm. Foi um sonho tornado realidade", concretizou.
Esta foi a quarta vitória em Portugal das 12 que tem na carreira dos Turismos, segunda em Vila Real, depois da de 2016, ainda no WTCC, mas os problemas de motor sentidos na fase inicial deixaram algumas dúvidas.
"Foi difícil concentrar-me. A última meia volta, então, foi muito, muito emotiva. Não há muitas pessoas que saibam o que passei durante estes dois anos. Apenas algumas mais chegadas e os meus médicos, que estiveram aqui todos", disse.
Ultrapassada esta fase mais complicada, o piloto da Honda vai agora ter de cumprir duas promessas.
"Prometi voltar a Fátima [a pé] e vai ter de ser. Foi mais por não ter ficado com nenhuma sequela de um acidente tão grave, quando havia tantas dúvidas de tantos médicos. Tenho de voltar a agradecer. Também tinha um capacete especial de um parceiro meu e tinha-lhe prometido que, se ganhasse, ia correr com ele até ao final do ano", revelou.
O piloto luso, que é o único português a ter subido ao pódio na Fórmula 1, em 2006, com a Jordan, revelou que o segredo para esta vitória esteve no trabalho específico realizado durante a noite de sábado.
"A diferença [de tempos] não era muito grande. Estávamos longe em posições, mas não em tempo. Era preciso continuar a afinar [o carro] pouco a pouco. Sobretudo nesta pista, que é um desafio muito grande, era importante ter uma volta limpa, com o mínimo de erros possível. Passei muitas horas com o meu engenheiro a trabalhar na telemetria, a ver, na minha pilotagem, onde podia ir buscar mais um bocadinho de tempo e conseguimos. É uma questão de muito trabalho", disse Tiago Monteiro.
A concluir, o português dedicou o êxito de hoje ao mecânico da Lynk & Co que faleceu de madrugada e afirmou que a vitória deste fim de semana "dá um ‘ganda’ filme, o guião está perfeito".
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