O nadador português Rafael Gil foi hoje 27.º classificado nos dez quilómetros em águas abertas, nos Europeus de Glasgow, com Tiago Campos a terminar em 34.º, e a hexacampeã nacional Angélica André a desistir nos femininos.
"Estou satisfeito, sinto que estou cada vez mais experiente nesta disciplina. Consegui gerir bastante bem a prova, nas duas primeiras duas voltas fui sempre bem colocado no grupo, tomei as decisões que acho mais corretas, consegui controlar o grupo e andar no top 10, no top 15, que era o objetivo", disse à agência Lusa Rafael Gil no final.
O nadador, de 22 anos e campeão nacional dos 10 quilómetros, não conseguiu, porém, acompanhar os atletas mais fortes na segunda metade, acabando a distância em 1:51.21,3 horas, sendo o 27.º entre 37 nadadores.
“Foi uma boa prova tendo em conta o ritmo elevado que é a partir dos cinco/seis quilómetros. Consegui aguentar o melhor que pude na frente", assinalou, a propósito da diferença de 1.53,1 minutos para o vencedor, o holandês Ferry Weertman, que fez 1:49.28,2 horas.
O campeão olímpico, mundial e europeu, que fez a prova sempre fora dos primeiros lugares, acabou com o mesmo tempo que o húngaro Kristof Rasovszky graças a uma ponta final mais rápida, e só o recurso a imagens permitiu determinar quem conseguiu tocar primeiro na placa que marca o final da prova.
O júnior português Tiago Campos (CN Rio Maior), de 19 anos, campeão nacional pela primeira vez este ano dos cinco quilómetros e vice-campeão dos 10 quilómetros, terminou hoje em 34.º (1:54.04,9 horas) e penúltimo lugar.
"Quebrei logo ao início e acabei a nadar sozinho, o que é muito mais difícil", lamentou Campos, que recentemente terminou em sétimo lugar a prova de 10 quilómetros do Europeu de Juniores em Malta.
Nos 10 quilómetros femininos, a nadadora Angélica André (Fluvial Portuense), campeã nacional da disciplina, não terminou a prova, ganha pela holandesa campeã olímpica no Rio2016 Sharon van Rouwendaal em 1:54.45,7 horas, seguida pela italiana Giulia Gabrrielleschi (1:54.53).
Em maio, no Campeonato Nacional de Águas Abertas, Angélica André, 23 anos, conquistou pela sexta vez o título de campeã nacional nos 10 quilómetros, além de ser campeã nacional dos cinco quilómetros.
Hoje, uma dor no ombro direito forçou a desistência antes dos cinco quilómetros.
"Não correu como eu queria. Fiz a época toda a pensar nesta prova, foi toda excelente, fiz recordes pessoais em piscina, entrei para o projeto olímpico, e depois aqui…", lamentou a nadadora.
Uma avaliação médica no local diagnosticou uma inflamação no ombro direito, potencialmente relacionada com o fato isotérmico que todos foram obrigados a usar porque a temperatura da água no Lago Lomond, o maior do Reino Unido e rodeado de montanhas escocesas, estava a 16.º centígrados.
A Federação Internacional (FINA) introduziu novas regras para a utilização de fatos isotérmicos em 2017 que determinam que seja obrigatório o uso quando a temperatura inferior da água for inferior a 18.º graus e apenas opcional quando a temperatura estiver entre 18 e os 19,9 graus centígrados, sendo acima dos 20 graus proibida a utilização de fatos isotérmicos.
Em junho, a portuguesa tinha feito 2:06.05 horas na Taça do Mundo de águas abertas de Balaton, na Hungria, garantindo a sexta posição e terceira europeia, mas foi sem fato.
O diretor técnico nacional, Daniel Gouveia, garante que foi feita preparação com fato isotérmico, mas admite existir um padrão, pois Angélica André desistiu nas duas provas em que nadou com o fato, em Setúbal e em Glasgow, o que poderá dificultar a qualificação para os Jogos Olímpicos Tóquio2020.
"São dois momentos de qualificação. No campeonato mundial na Coreia vai ser uma prova sem fato porque a água é quente. Não se sabe onde é que vai ser a segunda prova. Se for com fato, temos de nos preparar convenientemente. Em Tóquio, a água estará acima dos 20 graus, mas para isso é preciso lá chegar", avisou.
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