O português Gabriel Lopes conquistou hoje, em Roma, a medalha de bronze na final dos 200 metros estilos dos Campeonatos da Europa de natação, com a marca de 1.58,34 minutos.
O nadador da Louzan, que tinha sido o mais rápido tanto nas eliminatórias como nas meias-finais e se apresentou na pista mais central, a quatro, melhorou o seu máximo pessoal em 22 centésimos, aproximando-se do recorde nacional, de Alexis Santos (1.58,19).
O novo campeão europeu é o húngaro Hubert Koos (1.57,72), recordista mundial de juniores, à frente do italiano Alberto Rozzeti (1.57,82), campeão europeu de 400 metros estilos.
Gabriel Lopes virou na frente para o último troço, de crawl, mas aí não resistiu ao ataque dos adversários, que o passaram e se distanciaram, já na piscina final.
Também hoje, João Costa foi quinto nos 100 metros costas, com 54,01 segundos, e Ana Catarina Monteiro sétima nos 200 metros mariposa, com 2.10,79 minutos, com Portugal a marcar presença por nove vezes em finais, um recorde para o país.
Portugal conseguiu nas piscinas do Foro Italico de Roma a sua melhor prestação de sempre em Campeonatos da Europa de natação, com nove presenças em finais (mais quatro do que em Glasgow2018) e nove presenças em semifinais. Por dez vezes foram batidos recordes nacionais e celebraram-se duas medalhas, tantas quantas a natação lusa tinha até agora.
A medalha de hoje e a de Diogo Ribeiro nos 50 metros mariposa juntam-se à prata de Alexandre Yokochi nos 200 metros bruços em Sófia85 e Alexis Santos nos 200 metros estilos em Londres2016.
Após subir ao pódio, para receber a medalha, Gabriel Lopes exultava com o sucesso: "Estou muito feliz por este resultado. Uma medalha de bronze conquistada desta forma faz-me sonhar ainda mais alto. É fruto de muito trabalho individual e de muito esforço coletivo, com o meu treinador [Vítor Ferreira], a minha equipa [Louzan Natação] e a Federação".
"Parti para Roma a pensar que poderia realizar uma boa prova. Senti-me bem e arrisquei tudo desde a primeira eliminatória onde procurámos testar e planear a etapa seguinte e foi sempre a melhorar. Na final, apesar da alta qualidade dos adversários, pelos tempos realizados, acreditei que um lugar no pódio podia ser meu", acrescentou.
O nadador luso reconhece que "quebrou" um pouco nos últimos 50 metros, fase crucial da prova.
"Quebrei um bocadinho, mas soube aguentar e controlar as emoções e nadar estável com autocontrolo. Quando olhei para o placard foi o sonho realizado. A pressão existe obviamente nas grandes competições e saber gerir essa pressão é muito importante", disse ainda.
Para José Machado, diretor desportivo Federação Portuguesa de Natação, este foi um "campeonato da Europa perfeito", tendo em conta os objetivos anunciados antes da partida para Roma.
"Os objetivos foram largamente ultrapassados. As duas medalhas de bronze do Diogo Ribeiro e de Gabriel Lopes, passamos das cinco finais para nove finais, e 10 recordes nacionais. Todos os 10 nadadores da seleção nacional conseguiram passar pelo menos uma fase das suas competições", explicou.
"Esperámos mais de 30 anos para voltar a conquistar a segunda medalha no Europeu, mais quatro anos para conquistar a terceira medalha e só seis dias pela quarta medalha. No meu entender, significa que podemos estar a viver um processo de evolução para outro patamar competitivo", disse ainda José Machado, que acredita que se está "no bom caminho para o objetivo da final em Paris2024".
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