Portugal vai estar representado por dois nadadores na natação pura dos Mundiais, que começam na sexta-feira, em Budapeste, uma competição “surpreendente” no calendário, e na qual vão tentar mínimos para os Europeus, previstos para agosto, em Roma.
“Fomos um pouco apanhados de surpresa com esta competição no calendário, mais isso não alterou a estratégia que tínhamos definido, segundo a qual a prova principal de natação pura este ano seriam os Europeus”, disse o diretor desportivo da Federação Portuguesa de Natação (FPN), José Machado, à agência Lusa.
Os olímpicos José Paulo Lopes e Diana Durães são os dois representantes lusos na natação pura dos Mundiais de Budapeste, que só foram anunciados pela Federação Internacional de Natação (FINA) em fevereiro passado, depois de dois adiamentos da competição de 2021, prevista para Fukuoka, e agora agendada para 2023.
De acordo com José Machado, depois de anunciada a realização dos Mundiais de Budapeste, que não estavam previstos, a FPN deu aos nadadores com mínimos e aos treinadores a opção de participarem na competição.
“Na natação pura não vamos estar na máxima força, porque tanto a FPN como os treinadores consideraram que seria difícil os nadadores apresentarem-se na forma ideal. Consideramos mais sensato, até porque era o que já estava definido, apostar nos Europeus”, disse José Machado.
O diretor desportivo referiu que o nadador José Paulo Lopes manifestou logo interesse em participar, e que Diana Durães também o fez, depois do adiamento das Universíadas, que deverão decorrer em Chendgu, na China, de 2022 para 2023.
José Machado explicou que os dois nadadores obtiveram mínimos para os Mundiais nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, disputados em 2021, e que poderão procurar em Budapeste marcas para garantirem presença nos Europeus.
O diretor desportivo da FPN admite que os Mundiais vão ter um “alto nível competitivo”, apesar de terem sido colocados no calendário à última hora, de não contarem com nadadores russos e bielorrussos – impedidos de participar devido à invasão militar na Ucrânia -, e de decorrerem a menos de dois meses dos Jogos da Commonwealth, e dos campeonatos continentais.
Para os Europeus, que José Machado define como “uma competição na qual é mais fácil aceder a finais, do que nos Mundiais, e eventualmente a lugares de pódio”, Portugal tem 10 nadadores com mínimos, entre os estreantes Diogo Ribeiro e Camila Rebelo.
Agendada para o verão de 2021, a 19.ª edição dos Mundiais, que contempla, além das distâncias em piscina, provas em águas livres, saltos para a água, natação artística e polo aquático, foi reagendada para maio de 2022, face ao adiamento por um ano dos Jogos Olímpicos Tóquio2020.
No entanto, em fevereiro passado, a FINA voltou a adiar a competição, para julho de 2023, invocando novas vagas de casos de covid-19.
O novo adiamento da competição, que se disputa de dois em dois anos, obrigou a FINA a “empurrar” para janeiro de 2024 os Mundiais previstos para 2023 em Doha, o que, a acontecer, colocará pela primeira vez a competição em ano olímpico.
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