Depois de doze títulos de campeã do Mundo seguidos, a nadadora norte-americana Katie Ledecky parecia imbatível, mas a italiana Federica Pellegrini encarregou-se hoje de mostrar que não era assim e derrotou-a nos 200 metros livres.

Nos campeonatos que estão a decorrer em Budapeste, Pellegrini despediu-se da melhor forma dos 200 metros livres - diz que não volta a correr a distância - com uma fenomenal vitória, que impede a mediática nadadora norte-americana de chegar a um histórico conjunto de seis vitórias numa edição da competição.

Aos 20 anos, é um revés forte para Ledecky, mas não certamente o fim da linha, já que tem condições para ser a dominadora das provas de estilo livre por mais alguns anos. "Sabia que ia ser uma final difícil, não me posso queixar desta medalha de ouro", garantiu a nadadora, que estava invicta há quatro anos.

"Não sei o que se passou, vou ter de rever a corrida para ver se poderia ter feito melhor. Isto vai motivar-me para os próximos anos", disse ainda.

Quanto a Pellegrini, estava radiante e, ao mesmo tempo, anunciava o fim da carreira nos 200 metros livres. "É uma medalha inacreditável, pensava que ia estar no pódio, mas não com o ouro, tinha a certeza que Ledecky ia ganhar".

A medalhada de bronze do Rio2016 já estava determinada a parar por aqui, só que o final é de qualidade superior ao que projetava. Em termos absolutos, é o primeiro nadador a conseguir sete medalhas na mesma corrida, em Mundiais: ouro em 2009, 2011 e 2017, prata em 2005, 2013 e 2015 e bronze em 2007.

Não foi só Ledecky que não confirmou o favoritismo, na jornada de hoje. Também Laszlo Cseh, ídolo local, não conseguiu defender o título de 200 metros mariposa e perdeu para o sul-africano Chad Le Clos.

Chad recupera o cetro, ele que foi o campeão de Barcelona2013, para depois perder para o rival em Kazan2015. Hoje, não houve dúvidas e 39 centésimos separaram os nadadores.

A nota de queda de favoritos estendeu-se aos 800 metros, com o chinês Sun Yang impotente para juntar novo ouro aos que já tinha em 200 e 400 metros. Apenas quinto, deixa o título para o italiano Gabriele Detti, com o polaco Wojciech Wojdak e outro transalpino, Gregorio Paltinieri, na 'guarda de honra'.

O britânico Adam Peaty foi sempre em crescendo - séries, meias e final - nos 50 metros bruços, para ficar a quatro centésimos apenas do recorde do mundo, numa corrida em que também foram ao pódio o brasileiro João Gomes Junior e o sul-africano Cameron van der Burgh, que era o campeão de Kazan.

Na segunda vez que os 4x100 metros estilos mistos se disputaram em Mundiais, os Estados Unidos desforraram-se do segundo lugar de 2013 e bateram o recorde do mundo duas vezes, primeiro nas séries e depois na final.

O novo máximo é de 3.38,56, para o quarteto Matt Grevers, Lilly King, Caeleb Remel Dressel e Simone Manuel.