A seleção portuguesa fechou hoje a sua participação nos Mundiais de piscina curta com resultados “aquém do esperado”, de acordo com o diretor desportivo da Federação Portuguesa de Natação (FPN), José Machado.

“Coletivamente, os resultados ficaram além do esperado. Das quatro presenças entre os 16 primeiros e quatro recordes nacionais, foram obtidos três em cada um dos tópicos. Estes objetivos foram previamente definidos e eram do conhecimento dos participantes”, disse José Machado, citado pela FPN.

O diretor desportivo destacou os recordes nacionais de José Paulo Lopes e Alexis Santos, que conquistaram também lugares no ‘top 16’, tal como Catarina Monteiro.

“Existem aspetos da abordagem do Alto Rendimento que têm de ser analisados com objetividade. Estivemos pior que no último campeonato do Mundo, em Hanghzou, na China, mas só metade dos nadadores repetiram a presença”, explicou.

José Machado lembrou ainda que Catarina Monteiro “não teve oportunidade de recuperar totalmente da cirurgia que afetou a preparação” e ainda que “não foi possível trazer a estafeta”.

“O Alto Rendimento mede-se ao centésimo. Não há nenhuma obsessão com classificações, se houvesse, o José Paulo Lopes teria nadado os 400 estilos e faria a melhor classificação de todas. Prefiro uma marca de excelência a uma classificação e por isso concordei com a opção 1500 livres”, especificou.

De acordo com o diretor desportivo da FPN, “o Alto Rendimento é para quem pode, mas ninguém vai poder, se não quiser”.

“Não há que ter medo de assumir que quem não quiser estar, não vem. A nossa natação está cheia de agentes muito capazes na identificação de problemas, mas há cada vez menos pessoas focadas nas soluções” referiu.

De acordo com José Machado, há “treinadores, fisioterapeuta, médico, biomecânico, preparador físico e sobretudo nadadores que podem alcançar resultados de excelência, até a tal final olímpica”, mas é preciso “perceber que são muito poucos”.

“Há que assumir quem são, identificando os que podem e querem realmente. Nunca deixei nem vou deixar de pensar primeiro nos nadadores, mas temos todos de pensar mais na natação. Há demasiados ‘eu’ comparativamente ao ‘nós’ e a natação somos todos ‘nós’”, finalizou o diretor desportivo.

No último dia da participação lusa, Francisco Santos foi 21.º, de 35, nos 200 metros costas, ao marcar 1.54,54 minutos, enquanto Victoria Kaminskaya foi 28.ª, de 34, nos 200 bruços, com 2.27,89.

Os Mundiais de piscina curta começaram na quinta-feira e terminam hoje, em Abu Dhabi.