A União Argentina de Râguebi decidiu retirar, por enquanto, os castigos aplicados a capitão Pablo Matera e aos jogadores Guido Petti e Santiago Socino por comentários racistas e e xenófobos nas redes sociais. Os três atletas tinham sido suspensos (Metera perdeu a braçadeira de capitão) após terem sido descobertos vários comentários de índole racista que o trio fez nas redes sociais, entre 2011 e 2013. A suspensão fez com que perdessem o jogo do Torneio das Três Nações, frente à Austrália.
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"Embora as mensagens tenham sido redigidas em 2011 e 2013 e não representem as atitudes que o trio demonstra sempre que está connosco, condenamos qualquer expressão de ódio e consideramos ser inaceitável que quem o expresse possa representar o nosso país", explicou a UAR em comunicado.
A decisão foi tomada depois de uma reunião de emergência do organismo. Apesar de explicar que "repudia estritamente este tipo de manifestações" por entender que "prejudicam todo o râguebi argentino sem exceção", a federação optou por retirar os castigos.
Os atletas foram ouvidos na passada quarta-feira pela Comissão de Disciplina onde assumiram os seus erros: "Durante o depoimento, os três jogadores expressaram seu profundo pesar, reiteraram o pedido de desculpas, ratificaram que não é o que pensam e que foi um ato temerário típico da imaturidade. No entanto, assumem-se totalmente responsáveis , pelo que se colocaram à disposição da comissão para investigar as circunstâncias e procurar corrigir os danos causados", explicou a União Argentina de Râguebi (UAR), em comunicado.
"A Comissão Disciplinar considerou e valorizou a atitude dos três envolvidos durante este processo, e entende que eles não repetiram ações semelhantes durante estes mais de oito anos, e que, durante este tempo, mostraram ser pessoas de valores firmes e íntegros e dignas de fazer parte da nossa equipa", completa o comunicado.
Apesar de ter levantado "a suspensão dos três jogadores e restaurar a capitania de Pablo Matera", o processo disciplinar continua na União Argentina de Râguebi (UAR).
As mensagens que foram descobertas e colocadas a circular mostram Matera depreciar quer os negros, quer pessoas de outras nações sul-americanas.
"África do Sul! Finalmente vou deixar este país cheio de pretos", tweetou Matera.
"Bela manhã para sair de carro e atropelar pretos," pode ler-se noutro. E, em mais um: "O ódio aos bolivianos, paraguaios, etc. nasce por causa de uma empregada que uma vez deixou cair um cabelo na tua comida".
Já Guido Petti escreveu qualquer coisa como "O que é uma empregada grávida de trigémeos? Um kit de limpeza ".
Socino, por seu lado, escreveu num tweet: "Para ser judeu é preciso um corte no 'pau'... Um corte no pau e gastar um pouco".
Em resposta a toda a polémica que resultou deste incidente, Matera emitiu um pedido de desculpas público. "Peço desculpa a todos aqueles que ofendi com as barbaridades que escrevi", colocou em nova publicação nas suas redes sociais.
"Naquela altura nunca imaginei em quem me ia tornar. Cabe-me agora assumir o erro pelo que escrevi há nove anos", acrescentou. "Quero pedir desculpa à minha família e aos meus colegas pelo que essas minhas ações os estão a fazer passar".
Também Petti se penitenciou "Como é do conhecimento público, foram difundidas publicações que fiz no Twitter em 2012. Queria dizer que estou muito arrependido e envergonhado pelo que nelas escrevi", afirmou.
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