O capitão da seleção portuguesa de râguebi assumiu hoje a vontade de surpreender o Japão no encontro de sábado, mas frisou que o grupo tem os pés “bem assentes na terra” após somar quatro triunfos consecutivos.

Instantes após o ‘captain’s run’, no relvado do Estádio Cidade de Coimbra, que recebe no sábado o encontro particular com o 10.º classificado do ranking mundial, Tomás Appleton lembrou a importância das vitórias para “o bom espírito de grupo” e apontou a uma surpresa frente aos nipónicos.

“Encaramos este jogo como uma boa preparação para os encontros de qualificação para o Mundial, no próximo ano, mas ao mesmo tempo queremos marcar uma posição. Sabemos como o Japão já chocou o mundo do râguebi, mas queremos fazer isso também”, admitiu o capitão, em alusão ao triunfo dos ‘brave blossoms’, sobre a África do Sul, no Mundial2015.

Depois, confrontado com as palavras do selecionador do Japão, que se referiu ao jogador do CDUL e dos LusitanosXV como “um jogador de râguebi muito consistente e duro”, Appleton agradeceu o elogio mas 'mostrou' que não são os elogios de Jamie Joseph que o farão ‘amolecer’.

“É sempre importante ser reconhecido, mas, como disse o Patrice [Lagisquet], isso é uma excelente forma de comunicar e talvez de colocar alguma pressão do nosso lado. Sinceramente, a nossa equipa não se resume a individualidades. É um grupo, porque se vivermos de individualidades, quando elas não estão, temos um problema”, desvalorizou.

O centro dos ‘lobos’ referia-se a uma resposta do selecionador de Portugal, instantes antes, quando confrontado, também, com os elogios de Jamie Joseph para com a sua equipa, ao afirmar horas antes que o Japão tem de “respeitar” Portugal para não ser surpreendido.

O neozelandês elogiou ainda “a velocidade, o ritmo e a resiliência” dos portugueses, mas para além de considerar que essa foi “uma boa forma de comunicar após uma derrota pesada com a Irlanda”, o selecionador de Portugal, Patrice Lagisquet, ‘chutou’ a pressão de volta para o outro lado.

“Também posso dizer que em termos de trabalho com os avançados, o Japão é um modelo para nós. Há dois anos éramos como o Japão há 10, antes de o Eddie Jones [anterior selecionador] fazer um grande trabalho. Queremos fazer o mesmo. Manter as qualidades do râguebi português e melhorar os ‘scrums’ e os ‘mauls’. Será bom se também conseguirmos tornar isso em pontos fortes, como eles”, elogiou Lagisquet.

Portugal defronta o Japão no sábado, às 17:10, no Estádio Cidade de Coimbra, em encontro particular que será o segundo da janela de jogos internacionais da World Rugby para ambas as equipas.

Os japoneses vêm de uma pesada derrota na Irlanda, por 60-5, onde sofreram nove ensaios, enquanto a seleção portuguesa vem do primeiro triunfo do seu historial sobre o Canadá (20-17), seleção ‘totalista’ em Campeonatos do Mundo.

O jogo com o Japão será o primeiro jogo de Portugal frente a equipas do ‘Tier 1’ do râguebi mundial desde que defrontou a Itália, a Escócia e a Nova Zelândia no Mundial de 2007.