Luís Cassiano Neves anunciou hoje que será candidato à direção da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) nas eleições de 03 de novembro, para repor a "credibilidade" dessa estrutura, aproximá-la dos representantes da modalidade e normalizar resultados na seleção.
O ex-atleta e ex-treinador do Centro Desportivo Universitário de Lisboa (CDUL) declarou à agência Lusa que a decisão resulta do facto de o desempenho da FPR nos últimos oito anos ter sido "claramente negativo" e denotar "uma tremenda falta de credibilidade".
"Isso resulta de muita turbulência ao nível da gestão desportiva, que foi muito incoerente e pouco consistente, pelo que no râguebi nacional agora só há duas coisas - ou uma indiferença absoluta ou um clima de contestação", refere Luís Cassiano Neves.
O candidato critica a responsabilidade da FPR nos resultados desportivos da seleção portuguesa de râguebi, "que nunca foram tão maus desde o Mundial de 2007", e lamenta também a ausência de um plano de desenvolvimento da modalidade, considerando que "a qualidade da formação é fraca".
Para acabar com esse "panorama muito negativo", Luís Cassiano Neves propõe uma aproximação da FPR a todos os intervenientes da modalidade - "clubes, jogadores, agentes, árbitros, apoiantes, etc." - e identifica depois as cinco principais propostas do seu programa de intervenção.
A primeira é "recuperar a identidade da seleção de 15 e normalizar os resultados desportivos", para evitar derrotas com adversários de menor capacidade, e a segunda é implementar "um plano nacional de formação e qualificação", para ajudar ao trabalho dos clubes e à captação de novos jogadores.
"Implementar uma estratégia interna que recupere a credibilidade de procedimentos e competições" é o passo seguinte, para problemas recorrentes em questões quotidianas como a identidade dos jogadores e a emissão de atestados médicos.
O candidato pretende depois "recuperar as marcas comerciais da modalidade e introduzi-las em novos conteúdos e plataformas", para inverter "a ausência total de comunicação do que é o produto 'râguebi'", e compromete-se ainda a apoiar a seleção feminina na atual preparação para "um feito absolutamente inédito no desporto nacional".
Referindo-se à fase de apuramento para os Jogos Olímpicos, Luís Cassiano Neves nota que as jogadoras portuguesas "não são favoritas", mas argumenta que esta "oportunidade única" não pode ser prejudicada por opções como o cancelamento em setembro do primeiro estágio da seleção, que já fez com que o processo "começasse coxo".
Para o candidato, "as senhoras do râguebi têm hipótese de ser a primeira equipa feminina portuguesa a qualificar-se para uns Jogos e a obrigação da Federação é assegurar que elas têm todas as condições para fazer a melhor preparação possível".
Advogado de formação, Luís Cassiano Neves foi atleta do CDUL durante 16 anos, após o que se tornou treinador do clube, levando-o à vitória do campeonato na época 2011/2012.
Em seguida, assumiu a direção-geral do Belenenses, ao nível do futebol, e entretanto passou a dedicar-se em exclusivo à advocacia, enquanto especialista em Direito Desportivo. É nessa condição que representa agora vários clubes, jogadores e agentes, tanto em Portugal como no estrangeiro.
Nas eleições à Federação irá concorrer com Carlos Amado da Silva, candidato ao seu terceiro e último mandato no cargo, e também com Francisco Martins, que já em julho se apresentou à mesma corrida.
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