A Nova Zelândia pode tornar-se no sábado a primeira equipa a conquistar dois mundiais de râguebi consecutivos, mas terá de ultrapassar um dos seus maiores rivais, a Austrália, no 155.º encontro entre ambos.

No ‘mítico’ Twickenham, em Londres, sairá também o primeiro tricampeão da história do râguebi, com a Austrália a tentar repetir os triunfos de 1991 e 1999, ambos disputados em solo britânico, o primeiro dos quais também na ‘casa-mãe’ do râguebi inglês.

Por seu turno, os ‘all blacks’ venceram a edição inaugural em 1987 e a última, em 2011, sendo que ambas as finais foram jogadas em Auckland.

Apesar de esta ‘tradição’ poder dar o triunfo à Austrália, a verdade é que o favoritismo recai sobre a Nova Zelândia, que apenas perdeu três dos últimos 52 encontros que disputou, um dos quais com os ‘wallabies’, no torneio das quatro nações desta temporada.

Contudo, à derrota por 27-19 na Austrália, os ‘all blacks’ responderam com um folgado triunfo em casa por 41-13.

No confronto direto, a vantagem é claramente para os neozelandeses, que venceram 105 vezes, perderam 42 e cederam sete empates, tendo quase mais 1.000 pontos marcados e mais 169 ensaios do que os ‘wallabies’.

Este será o quarto encontro entre as duas equipas em Mundiais, embora os três anteriores tenham acontecido nas meias-finais, com a Austrália a vencer em 1991 e 2003 e Nova Zelândia em 2011.

As duas primeiras seleções do ‘ranking’ mundial chegam a este encontro cem por cento vitoriosas, com a Nova Zelândia a estrear-se com um triunfo pouco espetacular sobre a surpreendente Argentina, por 26-16.

Seguiram-se vitórias confortáveis sobre a Namíbia (58-14), a Geórgia (43-10) e Tonga (47-9), com a melhor exibição dos campeões a surgir nos quartos de final, nos quais ‘cilindraram’ a França, por 62-13, num encontro em que fizeram nove ensaios.

Nas meias-finais, a África do Sul mostrou-se no mais duro adversário da Nova Zelândia até ao momento, com os ‘springboks’ a chegarem ao intervalo a vencer por 12-7, mas acabarem por ceder por 20-18.

A Austrália foi uma das culpadas pela eliminação precoce da anfitriã Inglaterra, que bateu por 33-13, num dos encontros do ‘grupo da morte’, no qual venceu ainda as Ilhas Fiji (28-13), o Uruguai (65-3) e o País de Gales (15-6).

Um erro de arbitragem, assumido pela federação internacional, permitiu aos ‘wallabies’ eliminarem no último minuto a Escócia, por 35-34, com a ‘lutadora’ Argentina a ser o alvo seguinte, ‘abatido’ com um 29-15.

As duas equipas têm nas suas fileiras jogadores de enorme qualidade, como os médios de abertura Daniel Carter (Nova Zelândia) e Bernard Foley (Austrália), cujos pontapés poderão vir a ser decisivos na final.

O ‘poderoso’ ala Julian Savea, autor de oito ensaios no Mundial, será uma das principais armas ofensivas dos ‘all blacks’, com o australiano David Pocock a ser considerado por muitos o jogador mais em forma do torneio.

Em seis encontros, a Nova Zelândia já marcou 256 pontos e conseguiu 36 ensaios, números a que nenhuma outra seleção chegou – a Austrália tem 205 pontos e 26 ensaios.

O vencedor do oitavo Mundial de râguebi receberá a Taça William Webb Ellis das mãos do príncipe Harry.

Num Mundial de domínio do hemisfério sul, a Argentina, que chegou pela primeira vez às meias-finais, e a África do Sul, duas vezes campeã, disputam a medalha de bronze, no Estádio Olímpico de Londres.