O português Paulo Duarte ambiciona apitar a final do torneio de râguebi ‘sevens' dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, assumiu hoje árbitro à Lusa, apesar de saber que esse é um "objetivo muito difícil" de atingir.
O juiz português ganhou o ‘direito' a sonhar depois ser nomeado, no domingo, para dirigir a final da Taça Cup do ‘Paris Sevens', entre as Ilhas Fiji e a Nova Zelândia, atingindo o ponto mais alto de um percurso de três épocas no quadro de árbitros do circuito mundial da World Rugby.
"Tudo pode acontecer. Sabendo desde já que vou continuar no quadro de juízes do circuito mundial, o objetivo principal, que é estar nos Jogos Olímpicos, fica muito mais perto", assumiu Paulo Duarte, garantindo, porém, que continua com os pés "bem assentes na terra".
O mais conceituado árbitro português de râguebi da atualidade explicou ainda que o quadro de juízes do circuito mundial é dividido em "três patamares" e que o facto de ter sido escolhido para o jogo mais importante do último torneio do circuito de 2018/19 confirma que se encontra, neste momento, no grupo mais conceituado.
"Sem dúvida que foi um prémio pelo meu desempenho e evolução ao longo destas três temporadas. Já há duas semanas, em Londres, após um torneio que me correu muito bem, os responsáveis disseram-me que se continuasse a ter estes desempenhos iria integrar o grupo de elite muito em breve", desvendou.
Ainda assim, Paulo Duarte admitiu ter sido "uma surpresa" que quase o fez "chorar de emoção" quando o chefe do quadro de árbitros do circuito lhe disse que iria apitar a final de Paris, instantes após o término dos jogos das meias finais que coroaram, desde logo, as Ilhas Fiji como campeãs do circuito em 2018/19.
"Foram três anos com muito tempo e trabalho investidos para chegar onde cheguei, mas tenho a noção de que ainda há muito trabalho para fazer e que ainda tenho muito para evoluir e para dar", prometeu o juiz, lembrando que as coisas são "muito mais difíceis por ser português".
Paulo Duarte é o único árbitro no circuito que é de um país não pertencente ao ‘Tier 1' do râguebi mundial, pelo que sente a falta de apitar com "mais regularidade" jogos de um nível competitivo "mais elevado".
Não obstante, o juiz espera que a posição privilegiada que ocupa no circuito mundial de ‘sevens' ajude a "promover o râguebi nacional" fora de portas.
"Ser um português no meio de tanta gente ‘ilustre' é um orgulho. Sei que estou numa posição especial, não só para mim como também para a modalidade em Portugal, e tudo farei para dignificá-la", prometeu.
Comentários