A seleção portuguesa de râguebi está ‘obrigada’ a vencer no sábado, em Bucareste, uma Roménia “teoricamente mais forte” para qualificar-se para as meias-finais do Rugby Europe Championship 2024 (REC24), considerou hoje o treinador João Mirra.

Esse é, no entanto, o único objetivo da equipa que viaja hoje para Bucareste, para o encontro da terceira e última jornada do Grupo B, consciente de que tem “muitas coisas para melhorar”, apesar do triunfo por 54-7 sobre a Polónia, no último sábado.

“Sabemos que podemos passar por dificuldades, mas temos equipa para competir e para ganhar. Não é porque ganhámos à Polónia que, de repente, somos a mesma equipa do Mundial. Deu-nos bons indicadores, a começar pela reação a um jogo muito mau na Bélgica, mas continuamos iguais e temos muito para melhorar”, apontou o treinador português em declarações à agência Lusa.

Uma vitória em Bucareste permitirá aos ‘lobos’ vencer o Grupo B, mesmo que a Roménia consiga um ponto de bónus defensivo, e disputar as meias-finais em casa, mas qualquer outro resultado deixa Portugal sujeito a ser ultrapassado pela Bélgica, que recebe a frágil seleção da Polónia.

Portugal só passa às meias-finais em segundo lugar se não vencer na Roménia e a Bélgica também não conseguir derrotar a Polónia, seleção que ainda não somou qualquer ponto no REC24.

Se não conseguir qualificar-se para as meias-finais, a seleção portuguesa será relegada para a disputa do quinto ao oitavo lugar, entre duas últimas classificadas de cada grupo.

Ainda assim, Portugal, que não vence na Roménia desde 2009, não vai abdicar de “seguir a linha de pensamento e de execução de lançar jogadores” para o ciclo de quatro anos que termina no Mundial de 2027, advertiu Mirra.

Pela frente estará uma Roménia que, apesar do ponto de bónus ofensivo conseguido frente à Bélgica, “também teve algumas dificuldades” e “mesmo contra a Polónia” não teve uma vitória “assim tão fácil”.

Os ‘carvalhos’ são atualmente orientados pelo francês David Gérard, técnico que foi adjunto de Patrice Lagisquet na seleção portuguesa durante o último ano, incluindo no Campeonato do Mundo de França2023, mas João Mirra não acredita que isso lhes confira qualquer vantagem.

“Não, até porque o nosso estilo é muito adaptável e muda durante os jogos. Se fosse um estilo assim tão fácil de anular, não teríamos sido tão competitivos no Mundial. É um dos estilos mais difíceis de anular porque está muito centrado na tomada de decisão individual”, analisou Mirra.

Já na equipa romena, “o mais difícil é anular a sua fisicalidade”, pelo que o treinador da equipa técnica liderada pelo consultor da World Rugby, Daniel Hourcade, acredita que a ‘chave’ para vencer em Bucareste “vai passar pela conquista nas fases estáticas” do jogo.

A seleção portuguesa de râguebi visita a Roménia no sábado, em encontro da terceira e última jornada do Grupo B do REC24 com início previsto para as 14:30 (hora de Lisboa), no Estádio Arcul de Triumf, em Bucareste, e arbitragem do georgiano Nika Amashukeli.

Portugal ocupa atualmente o segundo lugar do Grupo B, com seis pontos, a três da Roménia e com mais dois do que a Bélgica, após perder o primeiro encontro, no terreno dos belgas (10-6) e vencer no sábado a Polónia (54-7), que segue em último lugar, com zero pontos.

Os dois primeiros classificados dos Grupos A e B qualificam-se para as meias-finais, que se disputam, a uma mão, em casa do vencedor de cada grupo contra o segundo classificado da ‘poule’ oposta.

Em sentido contrário, os dois últimos de cada grupo disputam as meias-finais do apuramento do quito ao oitavo lugar em casa do terceiro classificado de cada grupo, que recebe o último classificado do grupo oposto.

O Rugby Europe Championship é o principal torneio europeu de seleções, com exceção do torneio das Seis Nações, que é uma competição privada.

O antigo torneio das ‘Seis Nações B’, disputado por oito seleções desde 2023, disputa-se anualmente e é considerado o Campeonato da Europa da modalidade.

Portugal venceu o torneio em 2004 e sagrou-se vice-campeão no ano passado, após perder a final, em Badajoz, frente à Geórgia (38-11), seleção que domina o historial da competição com 15 títulos em 21 edições.