O selecionador de râguebi de Portugal fez hoje um balanço positivo das primeiras fases de preparação para o Mundial de França2023, mas frisou que os ‘lobos’ têm de ser mais disciplinados do que frente aos Estados Unidos.
Portugal venceu os norte-americanos, no sábado, por 46-20, num encontro de preparação disputado no Algarve, em que somou sete ensaios, mas “não foi disciplinado” e, por isso, “foi penalizado e concedeu demasiados pontos ao adversário”, apontou Patrice Lagisquet.
“Concedemos seis penalidades nos primeiros 20 minutos e isso não é aceitável. Se fizermos isso contra o País de Gales ou os outros adversários no Mundial, talvez não consigamos recuperar. Contra os Estados Unidos conseguimos, mas será difícil fazer o mesmo no Mundial”, advertiu o técnico, em declarações à agência Lusa.
Ainda assim, Lagisquet destacou que o grupo “trabalhou bem fisicamente” nas duas primeiras fases de preparação, incluindo “as últimas duas semanas muito duras”, no Algarve, que contemplaram também uma sessão de treino “muito intensa” com a seleção da Irlanda.
Os ‘lobos’ gozam, nesta semana, o segundo e último período de descanso antes do Mundial e partem na segunda-feira para Font-Romeu, já em França, onde vão realizar um estágio em altitude e toda a restante preparação até à estreia no França2023, em 16 de setembro, frente ao País de Gales.
“Vai estar mais fresco do que aqui e vamos continuar a trabalhar fisicamente para construir o nosso futuro. Como disse aos jogadores e a todo o ‘staff’, ainda estamos em preparação. Não temos de estar ao nosso melhor nível agora, temos de o estar em 16 de setembro e nas semanas seguintes”, assumiu o técnico francês.
Outro aspeto positivo a retirar do encontro com os Estados Unidos, além dos jogadores que “entraram para a primeira linha” no decorrer da segunda parte, foi e estreia de Joris Moura na seleção portuguesa, no lugar habitualmente ocupado por Jerónimo Portela.
“Fez algumas coisas boas, mas também estou feliz pela entrada do Jay [Jerónimo Portela], porque, até agora, normalmente só tínhamos um número 10 e agora sabemos que temos dois que podem jogar a este nível”, elogiou.
No mesmo sentido, também o ‘capitão’ Tomás Appleton reconheceu que “acabar os primeiros dois ciclos de preparação com uma vitória” frente aos Estados Unidos era o objetivo principal da equipa, mas vincou que “ainda há muitas áreas do jogo para trabalhar”.
“Temos um longo caminho pela frente. Não começámos bem, fizemos demasiadas faltas e jogar durante 20 minutos com apenas 14 jogadores não é, de todo, o que queremos e vai custar-nos demasiado no Mundial. É uma parte do jogo que temos de corrigir imediatamente”, analisou o primeiro centro dos ‘lobos’ à Lusa.
Para isso, as próximas duas semanas de preparação, já em Font-Romeu, vão servir também para “analisar algumas partes dos treinos” porque a equipa está “a cometer demasiadas faltas” e isso está a “custar demasiado”.
“Quando chegarmos ao jogo com a Austrália A, com Samoa, quando chegarmos ao jogo com o País de Gales, que é o que interessa, estes erros não podem acontecer”, concluiu Appleton.
Os jogadores da seleção concentram-se na segunda-feira em Font-Romeu, onde vão realizar um estágio em altitude, durante duas semanas, e deslocam-se a Paris, pelo meio, para defrontar a Austrália A, em 26 de agosto.
Ainda antes de se concentrarem oficialmente em Perpignan, que servirá de ‘quartel-general’ durante toda a participação no Mundial, realizam, já nessa cidade, um treino à porta fechada com a seleção de Samoa, em 01 de setembro.
A seleção portuguesa vai jogar o Mundial de râguebi pela segunda vez no seu historial, após a histórica presença na competição, em 2007, também em França.
Portugal vai disputar o Grupo C, no qual enfrenta o País de Gales (16 de setembro), a Geórgia (23 de setembro), a Austrália (01 de outubro) e as Ilhas Fiji (08 de outubro).
O Mundial de França2023 decorre entre 08 de setembro e 28 de outubro.
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