O Ministério do Desporto “estranha e lamenta a decisão da Federação Cabo-verdiana de Surf em recusar 1500 contos (13 mil e 600 euros) disponibilizado pelo Governo através do contrato-programa acordado entre as partes” e manifesta “total abertura e disponibilidade” para continuar o diálogo.

Em comunicado divulgado à imprensa, o Ministério do Desporto, através da Direcção-Geral do Desporto, diz-se disposto a “auxiliar a Federação Cabo-verdiana de Surf (FCS) na sua caminhada ainda em fase embrionária”, alegando que tem tudo para dar certo, “desde que se deixe prevalecer a razão e o bom senso”.

A Federação Cabo-verdiana de Surf, que é recém-oficializada e sem estatutos de Utilidade Pública Desportiva, explica a nota, “não podia aceder-se à assinatura de contrato-programa para obter a tal comparticipação financeira, mas o Governo mostrou essa abertura como forma de encorajar todos os que praticam uma ou outra prática desportiva”.

Sublinha o documento que à semelhança daquilo que aconteceu com outras recém-criadas federações, o MD/DGD entendeu ser “essencial, mesmo assim, atribuir a verba acima referida” como incentivo e de modo a que a FCS pudesse realizar, minimamente o seu calendário de actividades para a sua consolidação neste seu ano zero, incluindo formações e outras acções.

Para o Ministério do Desporto, trata-se de “importantes” incentivo e esforço, por parte do Executivo, neste ano zero da criação da Federação Cabo-verdiana de Surf, e sinal da importância que este ministério atribui aos desportos náuticos no seu todo e ao surf e bodyboard em geral.

“É estranho e paradoxal, ainda, esta posição da FCS vir num momento em que o Governo fez e continua a fazer um enorme esforço para apoiar os desportos náuticos e de praia, como prova a etapa de Ponta Preta do circuito profissional da Global Kitesurfing Association e a realização em 2019 da 2ª etapa do GKA Ponta Preta e os Jogos Africanos de Praia, ambos no Sal”, cita o documento governamental.

Foi com este Governo, específica, que, pela primeira vez, se realizou, ainda na anterior gestão da DGD, um Campeonato Nacional com três etapas, em 2016, de “surf e bodyboard”, com um financiamento aproximado de 3 mil contos.

A Federação Cabo-verdiana de Surf preferiu organizar duas acções de formação para júris e treinadores de nível internacional em surf e bobyboard, no Tarrafal e campeonatos nacionais (ambos em Santiago) sob a chancela da Federação Internacional de Surf (ISA) e do programa da Solidariedade Olímpica, tendo recusado a verba disponibilizada pelo contrato-programa, por entender ser “irrisória” para as suas actividades programadas durante o ano.