Os surfistas portugueses Frederico Morais e Vasco Ribeiro encaram o Caparica Surf Fest Pro, prova do circuito mundial de qualificação, com o objetivo de preparar etapas mais valiosas para chegar à elite da modalidade.

Na conferência de apresentação da quinta edição do campeonato, a primeira no novo formato, todos os surfistas presentes destacaram a importância de ter uma competição a iniciar-se em Portugal, quando ainda decorre outra prova em Santa Cruz, também do circuito de qualificação, ambas com 3.000 pontos em disputa.

“São duas provas importantes e é um bom começo do ano para darmos depois então andamento às provas mais importantes de 6.000 e 10.000 pontos. Sinto-me feliz e preparado, mas vão ser campeonatos difíceis, porque hoje em dia o nível do surf é altíssimo”, afirmou Frederico Morais, que este ano foi despromovido à segunda divisão da modalidade.

Apesar de estar a competir com surfistas de outra categoria, ‘Kikas’ não se mostra desmotivado e insiste em voltar a surfar com os melhores.

“É um sentimento difícil, ao mesmo tempo estamos tão perto, mas tão longe [de permanecer]. Acaba por ser mais um desafio e tenho de continuar a trabalhar, a lutar, encaro desta forma. Já fiz uma vez e sou capaz de fazer de novo”, explicou.

Também o compatriota Vasco Ribeiro, 42.º do ‘QS’, ainda tem o sonho de ingressar pela primeira vez no circuito mundial, porém, admitiu que a falta de regularidade e alguns erros cometidos no passado têm retardado a promoção.

“É o objetivo [elite do Surf]. É aquele ‘click’ [que falta] e as coisas começarem a fluir mais. No ano passado tive resultados muitos bons, mas faltou, às vezes, consistência. Este ano com mais experiência e a não cometer os erros do ano passado [as coisas podem correr bem]. Sinto-me mais preparado”, confessou

O australiano Ethan Ewing, que já esteve entre a elite do surf, mostrou-se motivado por poder competir na prova portuguesa, apesar de reconhecer que as primeiras etapas do ano não correram como desejado.

“É uma boa competição e vou tentar os meus pontos. Portugal é dos meus locais favoritos e estou feliz por estar aqui. Os campeonatos no início do ano não me correram tão bem, mas em Portugal quero ganhar ritmo e competir”, declarou o atual 223.º do circuito de qualificação.

Na praia do paraíso também haverá prova do ‘QS’ feminino’, embora estejam apenas 1.000 pontos em disputa. Teresa Bonvalot, 46.ª da hierarquia e a melhor portuguesa atualmente, foi a representante das mulheres na apresentação do campeonato, onde destacou o objetivo de “equiparar as provas das mulheres à dos homens”.

“A primeira vez que ganhei no pro-júnior foi aqui. A costa da Caparica é mais um ‘spot’ onde toda a gente faz surf. A nossa costa portuguesa tem ondas incríveis e é sempre bom competir em casa. Quero ganhar ritmo para as provas do próximo ano e o objetivo é equiparar as mulheres aos homens”, sublinhou.

O Caparica Surf Fest Pro decorre entre os dias 11 e 20 de abril, na praia do Paraíso, na Costa da Caparica, em Almada.