Portugal vai lutar pelo primeiro título mundial nos ISA World Surfing Games e pelas primeiras duas vagas para os Jogos Olímpicos Paris2024, com seis surfistas, na praia californiana de Huntington Beach, de sexta-feira a 24 de setembro
Nas águas da Califórnia, nos Estados Unidos, estarão em ação as atletas olímpicas Yolanda Hopkins, vice-campeã mundial em 2021, e Teresa Bonvalot, bronze no ano passado, acompanhadas, no feminino, por Francisca Veselko.
No masculino, que em 2021 ‘rendeu’ uma medalha de bronze, os convocados pelo selecionador David Raimundo são Frederico Morais, que falhou Tóquio2020 devido à covid-19, Guilherme Ribeiro e Guilherme Fonseca.
“Portugal tem-se vindo a afirmar a nível de seleções, nos últimos anos, como uma das grandes potências. Fomos três vezes vice-campeões do mundo, no ano passado terceiros em El Salvador. Como é óbvio, Portugal tem sempre aspirações de lutar pelos títulos, chegar às fases finais de competições. Neste caso, em ciclo olímpico, vamos tentar, em masculinos e femininos, garantir uma primeira vaga para Portugal”, resume o selecionador, em entrevista à Lusa.
A prova qualificará um atleta do país que vencer o título mundial masculino e feminino, e não quem vencer a título individual, no arranque da qualificação para Paris2024, que terá as competições de surf em Teahuppo, na ilha do Taiti, na Polinésia Francesa.
Sempre “com o objetivo de lutar pela qualificação”, 2022 é “o ano mais difícil”, com “as grandes potências do surf mundial representadas ao mais alto nível”.
Para se bater com eles, Portugal terá “surfistas com qualidade e experiência, que têm mostrado nos World Surfing Games que podem ganhar a qualquer atleta”.
A ambição de chegar ao título mundial vem de trás, e essa “ambição de vencer” mantém-se nos Estados Unidos, aliada à presença de atletas que, mais do que a título individual, aqui competem “por um objetivo global, a lutar por dignificar a bandeira”.
“Quando começámos o ciclo olímpico anterior, toda a gente se riu porque eu disse que íamos lutar pelas quatro vagas, o máximo possível. Conseguimos três”, lembra o selecionador.
Para Paris2024, podem qualificar-se, por um país, até um máximo de seis atletas este ano, o que será “uma tarefa muito, muito difícil”, mas que “enquanto for possível” será o objetivo.
“Com a qualidade dos nossos atletas, que têm demonstrado, temos todas as possibilidades de lutar de igual para igual com todas as outras seleções. No que for a parte que podemos controlar, ao nível da preparação, estratégia, vontade, vamos ser das seleções mais bem preparadas para lutar por esse objetivo”, reforça o técnico.
Entre o quadro principal e as repescagens, para quem perde numa ‘heat’, mas ainda tem chance de tentar chegar ao título, estes torneios da ISA podem tornar-se “muito desgastantes”, ainda para mais “na onda mais difícil de competir a nível mundial”, em Huntington Beach.
Em 2022 e 2024, as equipas vencedoras dos World Surfing Games podem qualificar um atleta de cada género, e em 2023, os melhores classificados de cada continente (Europa, África, Ásia e Oceania) conquistam uma vaga por género, enquanto a vaga do continente americano será atribuída nos Jogos Pan-americanos.
Em 2024, qualificam-se os cinco melhores masculinos e sete femininos dos World Surfing Games, aos quais se juntarão dois representantes para França, enquanto país organizador e uma vaga "universal" para o Comité Olímpico Internacional.
Existem ainda as vagas pela via da World Surf League, através do World Tour, no qual Portugal não tem, este ano, qualquer representante.
Comentários