A portuguesa Yolanda Hopkins lidera o ranking do circuito de qualificação da Liga Mundial de Surf (WSL), assumindo esta segunda-feira a ambição de revalidar o título de campeã europeia na última etapa, que arranca na terça-feira na Costa de Caparica.
"Não preciso de ganhar [o Caparica Surf Fest] para ser campeã europeia, mas seria um bónus levar duas taças para casa. Ninguém pode dizer que não", lançou aos jornalistas a algarvia, à margem da conferência de imprensa de lançamento do evento que vai decorrer na praia do Paraíso entre os dias 26 e 30 de março.
A surfista, de 25 anos, já venceu várias provas do circuito de qualificação (Qualifying Series) da WSL, correspondente à terceira divisão do surf mundial, que lidera ao nível regional (Europa) com 5.113 pontos ao fim de quatro etapas, mas nunca ganhou a etapa portuguesa, que volta a valer 1.000 pontos.
"Ainda não ganhei este campeonato, mas tenho esse sonho. As condições não vão estar fáceis, mas vamos tentar", sublinhou Hopkins, apontando para a tempestade que se aproxima da costa portuguesa e que vai originar uma ondulação poderosa e ventos muito fortes e de direção desfavorável (mar-terra), desafiando os atletas e a organização.
Paralelamente, a olímpica lusa, que ficou no quinto lugar nos Jogos Olímpicos Tóquio2020 e já garantiu uma vaga em Paris2024, mostrou-se confiante numa boa prestação no próximo verão na prova de surf que vai decorrer no Taiti, na Polinésia Francesa, na famosa onda de Teahupoʻo.
"Adoro tubos e é uma onda em que me posso dar bem. Em Tóquio, fiz um quinto lugar e tenho esperança de trazer uma medalha para Portugal", revelou Yolanda Sequeira Hopkins, que foi campeã nacional em 2019.
Por seu turno, Mafalda Lopes, vencedora do Caparica Surf Fest em 2023, e local da Costa de Caparica, está no 10.º lugar do ranking (2.514 pontos), e espera repetir o feito do ano passado de forma a poder aspirar a ganhar um lugar nas Challenger Series (circuito que dá acesso ao circuito de elite da WSL).
"Ser na Costa dá-me uma confiança extra. [Em 2023] foi uma vitória incrível, foi a minha primeira [nas QS] e logo em 'casa'", vincou a campeã europeia júnior de 2019.
Portugal tem ainda mais uma atleta no 'top 10’ do ranking das QS, que é a olímpica Teresa Bonvalot, quarta classificada com 3.945 pontos e que está bem posicionada para voltar a competir nas CS, além de ter também garantida uma nova participação nos Jogos Olímpicos, depois de obter o nono posto em Tóquio2020.
No evento masculino, que vale 3.000 pontos, o 'caparicano' Guilherme Ribeiro, campeão nacional em 2022, é o surfista luso melhor colocado, ocupando o 11.º lugar com 2.768 pontos, e também quer avançar para as CS.
"Não há nada a esconder, as previsões não são boas. Mas, mais vale ondas a mais do que a menos. Vão estar condições difíceis, mas quero tirar um bom resultado em 'casa' e tentar uma vaga para as Challenger Series. Adoro esta pressão de estar em 'casa'", afirmou o atleta de 22 anos, confiante no forte apoio que lhe vão dar a família e os amigos.
Presente no evento de lançamento, a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, congratulou-se com a "consolidação" da prova na Costa de Caparica no calendário da WSL, garantindo que a aposta no surf é para manter.
"Esta é a nona vez que a Caparica recebe este campeonato. É um sítio que permite a prática do surf todo o ano. É uma grande felicidade estar de novo aqui e queremos que [a prova] tenha a maior visibilidade possível", assinalou.
Hugo Pinheiro, diretor de prova, rematou que vai ser um campeonato "desafiante", por causa das "condições difíceis", mas que falta de ondas não vai haver, antes pelo contrário, por isso, ação não vai faltar.
"Vamos ter ondas. Temos de começar cedo todos os dias e escolher as melhores marés. Pelas previsões, sexta-feira e sábado vão ser os melhores dias, com as melhores condições, por isso, vamos acabar em grande", antecipou.
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