O nome de Novak Djokovic já se confunde com o ténis. E o que poderá motivar ainda mais este sérvio de 36 anos que a cada ano que passa estabelece mais recordes.  A sede por mais títulos parece não ter fim, mesmo com a dissolução do 'big three'.

Com Roger Federer a ter pendurado a raquete, em 2022, aos 41 anos, permanece Rafael Nadal na luta pelo Olimpo da modalidade.

Mas o espanhol também não parece ter condições físicas para destronar do trono o sérvio. O tenista de 37 anos apenas vai regressar à competição em Brisbane, na Austrália, no início de 2024, depois de quase um ano de paragem.

Especial Revista do Ano: os temas que marcaram 2023 no desporto

O que é facto é que Nadal não joga desde que foi eliminado na segunda ronda do Open da Austrália em meados de janeiro de 2023.

Aos 36 anos, o sérvio venceu quatro dos Grand Slam da época, e isolou-se como recordistas de ‘majors’, com 24, igualando o recorde da australiana Margaret Court. Logo atrás, seguem Serena Williams com 23, e Rafael Nadal e Steffi Graf, ambos com 22.

O primeiro 'Slam' foi em Melbourne

As imagens da conquista do Open da Austrália por Djokovic
Djokovic levanta o troféu. EPA/FAZRY ISMAIL créditos: LUSA

Novak Djokovic venceu o seu décimo Open da Austrália, em Melbourne, no dia 29 de janeiro de 2023.

A saborosa vitória em Melbourne também garantiu o regresso a número um mundial. Na final, o grego Stefanos Tsitsipas foi o adversário, com o sérvio a vencer pelos parciais de 6-3, 7-6 e 7-6.

No final da partida, o helénico não teve outra alternativa senão reconhecer a superioridade do adversário. "Novak, não sei o que dizer. Creio que o que fazes fala por si mesmo. Admiro o que fizeste por este desporto e que me fez melhor jogador. És um dos maiores do nosso desporto", disse.

Venceu no pó de tijolo em Paris e quebrou o recorde de vitória em Grand Slam

Novak Djokovic voltou a fazer história no ténis. O sérvio isolou-se como recordista masculino de títulos do Grand Slam (23), depois de se sagrar campeão de Roland Garros pela terceira vez, com um triunfo em três sets frente ao norueguês Casper Rudd.

'Djoko' impôs-se pelos parciais de 7-6 (7-1), 6-3 e 7-5, em três horas e 14 minutos.

O único Grand Slam que Djokovic não ganhou em 2023 foi em Wimbledon

Fotos da Semana (de 21 a 28 de julho de 2023)
A comoção de Djokovic Créditos: AFP créditos: AFP

Djokovic poderia ter vencido quatro Grand Slam num só ano, mas foi travado por Carlos Alcaraz, um dos tenistas que promete continuar a travar duelos inacreditáveis com o sérvio.

Djokovic foi derrotado pelos parciais de 1-6, 7-6 (8-6), 6-1, 3-6 e 6-4, num encontro que teve a duração de quatro horas e 46 minutos, num torneio em que já se tinha conseguido impor por sete vezes.

No final, Nole elogiou as qualidades do tenista espanhol. "O jogo dele consiste numa mistura de certos elementos do Roger [Federer], Rafa [Nadal] e meus. Ele tem o melhor dos três mundos. Nunca joguei contra um tenista como ele na minha carreira. Roger e Rafa têm suas qualidades e deficiências. Carlos é muito completo”, elogiou.

US Open e a um passo da eternidade

Foi no US Open que Djokovic fez história ao igualar o registo de Margaret Court, com 24 títulos do Grand Slam, e ficar assim apenas a um título de se tornar no maior vencedor da história do ténis.

'Djocko' venceu o russo Daniil Medvedev por 3 sets a 0, pelos parciais de 6-3, 7-6(5) e 6-3.

Logo atrás de Djokovic e Court surgem agora Serena Williams, com 23 conquistas, e Rafael Nadal e Steffi Graf, ambos com 22.

O triunfo também garantiu o regresso ao lugar de número 1 do mundo, posto em que irá acabar o sérvio em 2023.

Os números e os recordes de Djokovic

2023 foi mais um ano absolutamente histórico para Djokovic, e não falamos só de títulos, mas também a nível de números na carreira. É o tenista com mais semanas como número 1, cerca de 404, ampliou para 40 o número de títulos Masters 1000, e chegou também às 36 presenças em finais em torneios do Grand Slam. Nole alcançou também um inédito sétimo título nas ATP Finals, depois de bater o italiano Jannik Sinner.

Com este resultado, o sérvio tornou-se heptacampeão e o maior vencedor deste torneio, superando o suíço Roger Federer que tinha seis títulos nas ATP finals.

O futuro dirá se a atual geração de tenistas poderá desafiar o legado até agora imbatível de Djokovic.

O melhor do ano para as agências noticiosas

A fantástica temporada do sérvio também teve repercussões internacionais. O tenista foi mesmo o eleito desportista do ano pelas agências de notícias europeias.

De acordo com os resultados da votação, Djokovic, de 36 anos, que foi escolhido pela quinta vez (2011, 2015, 2018, 2021 e 2023), arrecadou 178 pontos, mais 28 do que o segundo classificado, o piloto de Fórmula 1 neerlandês Max Verstappen (26 anos), e mais 92 do que o terceiro classificado, o sueco Armand Duplantis (24 anos), campeão olímpico, mundial e recordista mundial do salto com vara.

Promessa de que o ténis não acaba tão cedo

O final do ano é tempo de balanços para muita gente. Para o melhor tenista da atualidade não é exceção. É pois desejo de Djokovic continuar a jogar ténis até aos 40 anos ou mais. O público e o ténis agradece.

“Espero que a minha carreira possa continuar até aos 40 anos ou mais. Sinto-me bem no meu corpo. Jogo ténis de alta qualidade e 2023 foi uma das melhores épocas da minha vida. Porquê parar quando ainda se joga tão bem? Vou continuar, levar um ano de cada vez e ver até onde vai", prometeu o sérvio, após um jogo de exibição disputado na Arábia Saudita.

O que conseguiu Djokovic em números durante 2023:

- Estendeu para 404 as semanas como número 1 do Mundo, ultrapassando Steffi Graf

- Ultrapassou o registo de Rafa Nadal em vitórias em Grand Slam e chegou ao título 24 no US Open

- Chegou às 36 finais em torneio do Grand Slam

- Ultrapassou Roger Federer no número de semi-finais em Grand Slam, superando Roger Federer agora com 47.

- Primeiro tenista a vencer pelo três Grand Slams, em três superfícies diferentes

- Estabeleceu novo recorde de duelos ganhos em Majors, cerca de 88

- Venceu o 40.º título em Masters

- Chegou à sua 58.ª final em Masters

- Somou o sua oitava temporada a terminar o ano como número 1 do mundo.