O tenista português Nuno Borges volta a Paris na "melhor fase da carreira" para disputar, pelo terceiro ano, o quadro principal de Roland Garros, tanto em singulares como em pares, variante em que marcará igualmente presença Francisco Cabral.
Ao contrário de Jaime Faria, que cedeu na sexta-feira no último encontro do ‘qualifying’, o número um nacional e 46.º do ranking mundial passou com distinção pela fase de qualificação em 2022, um ano antes de entrar diretamente no quadro principal do Grand Slam parisiense, que nesta edição arranca no domingo e termina em 09 de junho.
Três anos volvidos, tem encontro marcado na primeira ronda do segundo ‘major’ da temporada com o checo Tomas Machac (44.º), que derrotou o número um mundial e campeão em título em Paris, o sérvio Novak Djokovic, nas meias-finais do torneio de Genebra.
“Os últimos encontros e torneios em terra batida têm-me dado bastante confiança, sinto-me a jogar bem, melhor e mais bem preparado para a terra batida. Também estou melhor fisicamente, mas claro que não depende só de mim. A verdade é que me estou a sentir na melhor fase de carreira, espero estar à altura do desafio e fazer um bom jogo na primeira ronda”, confessou o maiato, em declarações à Lusa.
Nuno Borges, de 27 anos, fez uma boa preparação em terra batida, superfície onde atingiu os quartos de final no Estoril Open e no challenger de Cagliari, além da quarta ronda no Masters 1.000 de Roma, pelo que alimenta boas expectativas para a quinzena francesa.
“O último torneio de Roma deu-me bastante confiança. As condições são mais ou menos semelhantes e, apesar de a bola não ser a mesma, dá-me confiança para este grande desafio. Aqui é à melhor de cinco ‘sets’ e os encontros em Roma foram todos muito complicados, o que de certa maneira me dá mais confiança para encontros mais longos e mais puxados. Agora, é acreditar no processo, confiar, ir a jogo e dar o máximo”, justificou.
Em França desde segunda-feira, o jogador do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis tem aproveitado para se “preparar e treinar” nas condições do complexo de Porte d’Auteuil, onde tem tido “bons parceiros de treino”.
“As coisas têm corrido bem, já tive o prazer de treinar com o [Borna] Coric, com o [Mariano] Navone e outros”, contou o maiato, que poderá defrontar precisamente o argentino (32.º), a estrear-se em torneios do Grand Slam, caso vença o duelo com Machac e Navone ultrapasse o regressado espanhol Pablo Carreño-Busta, quarto finalista do torneio em 2017 e 2020, mas ausente do circuito desde outubro de 2023 por lesão no cotovelo direito.
Depois de alcançar o melhor resultado da carreira em torneios do Grand Slam em janeiro, ao discutir a quarta ronda do Open da Austrália, Nuno Borges, que recentemente derrotou jogadores como o cazaque Alexander Bublik (19.º), o italiano Lorenzo Musetti (31.º) e o suíço Stan Wawrinka, campeão de Roland Garros em 2015, revela as suas ambições para o ‘major’ parisiense.
“Gostava de chegar, pelo menos, à segunda ronda, onde cheguei no ano passado. Esse é o objetivo principal e depois logo vejo. Em relação aos pares, as expectativas também são boas. Eu e o meu parceiro jogámos bem no último torneio, já o conheço bem, entrosamo-nos bem e, acima de tudo, somos companheiros. É sempre melhor jogar com um amigo do que com alguém que não conheça. Espero que ele traga confiança de Lyon, porque é sempre bom para a parceria” rematou Borges, que terá como dupla o francês Arthur Rinderknech.
Já Francisco Cabral, 58.º colocado no ranking ATP de pares, vai disputar pela segunda vez o ‘major’ francês, desta ao lado do colombiano Nicolas Barrientos, com quem atingiu os quartos de final esta semana no torneio de Lyon.
Após falhar a participação em 2022, devido à desistência do parceiro (o dinamarquês Holger Rune), o tenista natural do Porto, de 27 anos, alcançou há um ano o melhor resultado no Grand Slam, ao jogar com o brasileiro Rafael Matos a terceira ronda em Paris.
Borges e Cabral são os únicos portugueses em ação no quadro principal de Roland Garros, que tem como campeões em título Novak Djokovic e a polaca Iga Swiatek.
Comentários