O português superou um susto inicial para, diante do seu público e naquela que é a segunda vez que joga na Taça Davis em Portugal, para fazer o 2-0 na ronda inaugural frente ao Benim, depois de duas horas e 21 minutos no "court".

«Entrei um bocado nervoso. Era uma situação diferente, nunca tinha jogado a cinco ‘sets’, é a minha primeira vez como titular na Taça Davis e por estar a jogar em casa também. Felizmente consegui melhorar ao longo do encontro», confessou. 

A jogar em "casa" - o pai é responsável pelo ténis no CIF, o clube onde nasceu para a modalidade -, Pedro Sousa mereceu o voto de confiança do “capitão” Pedro Cordeiro para ser o número dois de Portugal e o homem para disputar o segundo encontro de Portugal.

Frente ao número um do Benim, o 228.º tenista do ranking deixou-se surpreender, perdendo o primeiro "set". Um "break" no momento decisivo chegou para o jogador africano fazer a diferença e conquistar o primeiro parcial (6-4).

Fortemente apoiado pelas bancadas, Sousa recompôs-se e acumulou ‘winners’ para quebrar o serviço do adversário em duas ocasiões e sair vitorioso em ritmo "expresso" diante de um Klegou mais poderoso em termos físicos, mas menos consistente.

Embalado pela vitória por 6-1, o português entrou demolidor no terceiro parcial, quebrando o serviço do jogador do Benim e construindo uma vantagem confortável no seu serviço. Mas uma falha de concentração traduziu-se no empate a 1-1.

As longas trocas de bolas, a um ritmo que nem uma queda de Klegou abrandou, expuseram as debilidades do tenista que estuda nos Estados Unidos e revelaram a qualidade técnica superior do número dois luso, que conseguiu um "break" para adiantar-se para 3-2 e segurou-o até ao final do terceiro "set", fechado nos 6-4.

A dificuldade em segurar o serviço foi a nota dominante no início da quarta partida, com Sousa a superiorizar-se nessa luta particular, para alcançar uma margem confortável de 3-1.

A disparidade na hierarquia mundial - Klegou nem tem “ranking” - não se notou no "court" coberto do CIF, no parque florestal de Monsanto, em Lisboa, com os dois opositores a proporcionarem um encontro nivelado, emocionante e decidido nos pormenores.

A maior experiência de Sousa permitiu-lhe voltar a quebrar para fazer o 4-1, que depressa se transformou num 6-2, e assegurar o segundo ponto para Portugal em dois encontros, depois de João Sousa ter conquistado o primeiro frente a Loic Didavi.

«A diferença foi a falta de jogos a alto nível. Quanto mais jogas a este nível, mais experiência tens. Houve coisas técnicas que não fiz bem, tenho de tentar mudar. Tentei lutar até ao final, mas ele foi melhor hoje», descreveu o tenista africano, assumindo que o seu jogo teve «muitos altos e baixos a nível mental».

Pedro Sousa volta a jogar este sábado, ao lado de João Sousa, no encontro de pares que poderá dar a Portugal o ponto decisivo para seguir em frente no Grupo II da Zona Europa/África da Taça Davis e esperar para conhecer qual será a seleção que enfrentará na segunda eliminatória.

«Já tinha dito que não ia ser eliminatória fácil, até porque o Benim subiu de divisão e tem o valor que mostrou hoje. Quer o Pedro quer o João tiveram uma postura muito profissional e ganharam o mais rápido que podia ser para as situações não se complicarem. Amanhã esperamos mais um jogo difícil», resumiu o "capitão" de Portugal, Pedro Cordeiro.