Félix Auger-Aliassime teve de alterar o seu plano de jogo e aceitar as condições ‘traiçoeiras’ do Clube de Ténis do Estoril, para dar a ‘volta’ ao encontro com Carlos Taberner e avançar para os ‘quartos’ do Estoril Open.
“Não foi fácil, [estava] muito vento. Tinha outro plano ao iniciar este encontro e, depois, percebi que não podia fazer o que estava a tentar fazer. Tinha de alterar o meu plano, a forma como iria jogar e aceitar as condições [do ‘court’], trabalhar mais os meus pontos. É bom ter conseguido a reviravolta, embora nem sempre […] tenha jogado sempre o meu melhor ténis. É bom ter encontrado um caminho para a vitória e ter-me dado uma chance para jogar novamente amanhã [sexta-feira]”, declarou o primeiro cabeça de série.
O único ‘top 10’ desta edição do torneio português, que teve ‘bye’ na primeira ronda, entrou mal no encontro, mas acabou por afastar o 92.º tenista do ‘ranking’ mundial, com os parciais de 1-6, 6-2 e 6-2, em uma hora e 54 minutos.
“Estava a tentar ser mais ofensivo, mais agressivo, a abrir o ‘court’ e, então, comecei a falhar demasiado e ele estava sólido e a manter as bolas em jogo. A certa altura pensei ‘se tiver de bater oito, nove, 10 bolas para poder trabalhar o ponto, é isso que vou fazer’. Fiz isso. Ao começar a liderar o segundo ‘set’, pude ‘soltar-me’ mais um pouco e fazer o que queria hoje. Mas foi complicado, tive de aceitar as circunstâncias e trabalhar com elas”, descreveu.
Para Auger-Aliassime, foi “duro perder o primeiro ‘set’”. “Senti-me frustrado, tive dúvidas. Nem sempre tive pensamentos positivos, mas tive de ‘enganar’ a minha cabeça e pensar diferente”, completou.
O jovem canadiano, de 21 anos, abordou ainda a pressão inerente ao estatuto de primeiro cabeça de série, assumindo que, embora não tenha sido “a primeira coisa” que lhe passou pela cabeça quando estava em desvantagem perante o ‘lucky loser’ espanhol, era algo que ‘pairava’ na sua mente.
“Sei o que vim aqui fazer, sei a possibilidade que tenho esta semana de potencialmente ganhar. Ser o jogador com melhor ‘ranking’ é algo que traz pressão, mas gosto de estar nessa posição. No final do dia, prefiro estar nessa posição do que em qualquer outra. É aquilo que quero fazer, tentar ser aquele que ganha mais do que perde. Tenho de aceitar que isso vem com uma quantidade de pressão”, afirmou.
Depois de um início de temporada em grande, com a conquista da ATP Cup, a presença nos quartos de final do Open da Austrália e o título em Roterdão, Auger-Aliassime atravessou um período menos conseguido, tendo regressado aos bons resultados na semana passada, em Barcelona, onde chegou aos ‘quartos’.
“Joguei bons pontos, ‘sets’, na última semana, mas houve momentos difíceis, derrotas complicadas, com as quais ainda não estou satisfeito. Tive de aceitá-las, significa que ainda tenho muito a aprender e melhorar para ser um jogador consistente que chega, pelo menos, aos quartos de final, às meias, todas as semanas. Esse é o grande objetivo, mas ainda não estou lá. A minha autoconfiança não mudou. Joguei excelente ténis no início da época, provavelmente nessa altura era um dos melhores jogadores do mundo, e isso não desaparece. Sei que as vitórias vão aparecer se continuar neste caminho”, concluiu.
O canadiano aguarda agora o desfecho do encontro entre o francês Benjamin Bonzi e o norte-americano Sebastian Korda, que encerra a jornada de hoje do único torneio ATP disputado em Portugal.
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