O tenista português Gastão Elias, que hoje venceu o torneio ‘challenger’ de Lima (Peru), reconheceu à agência Lusa ter vivido uma das melhores semanas da sua carreira, não escondendo a confiança que o título lhe vem trazer.

“Sinto-me bastante contente. Há mais de dois anos que não ganhava um título a nível ‘challenger’. Sem dúvida que é muito importante para mim voltar às vitórias, até porque foi um ano menos bom, com muitas derrotas, mas sinto-me a jogar bem e sabia que mais cedo ou mais tarde ia voltar aos títulos e foi isso que aconteceu esta semana, ao jogar um nível de ténis muito alto. Foi, sem dúvida, um dos melhores torneios que já joguei”, disse desde Lima à Lusa.

Depois de um ano difícil, em que caiu para a 182.ª posição do ‘ranking’ mundial, o número dois nacional acabou com uma ‘seca’ prolongada – tinha vencido o ‘challenger’ de Santos, em 2013 -, mas ainda considera precoce encarar o triunfo no torneio peruano como um ponto de viragem.

“Acho que ainda falta muito, o caminho ainda é longo. Obviamente que isto ajuda e dá muita motivação. Saio daqui com muita confiança e isso faz diferença na carreira de um tenista, mas vou continuar a pensar da mesma forma que pensei esta semana, que é jogar tranquilo e preocupar-me com as minhas coisas, sabendo que, mais cedo ou mais tarde, a qualquer momento pode aparecer outro título”, defendeu depois de ter derrotado na final o eslovaco Andrej Martin, por 6-2 e 7-6 (7-4).

O jovem da Lourinhã, de 24 anos, pode hesitar quando questionado sobre se está a jogar o melhor ténis da sua carreira, mas não tem dúvidas em assumir que, em termos de consistência, esta foi uma das suas melhores semanas no circuito profissional.

“Jogo após jogo, um adversário melhor do que o outro e eu a não vacilar em momentos importantes, a jogar agressivo, a controlar eu os pontos”, lembrou sobre os dias que passou em Lima.

Após meses passados a debater-se com pequenos detalhes, Gastão Elias completou hoje o ‘puzzle’ para confirmar aquilo que afiançou repetidamente nas últimas semanas: “Perdi muito nos pormenores durante a época, mas sentia que o meu nível de jogo estava bastante bom. O que eu estava à espera era de encaixar um detalhe ou outro que fizesse a diferença e foi isso que aconteceu esta semana”.

“Esta semana, basicamente, não tive pontos baixos e o meu nível de consistência foi bastante alto e quando isso acontece nota-se que posso chegar a um nível de jogo bastante alto”, completou.

A alegria do expressivo Elias é ainda maior por saber que o seu terceiro título na categoria ‘challenger’ foi conquistado num dia histórico para o ténis português, uma vez que ao seu triunfo somam-se os de João Sousa, no ATP250 de Valência (Espanha), e de Frederico Silva, no ‘future’ de Sharm El Sheikh (Egipto).

“Sinto-me orgulhoso por fazer parte dessa história. Realmente tenho de dar os parabéns ao João e ao Frederico, porque não é fácil ganhar um título, muito menos três num dia. É uma coisa única, não sei se alguma vez vai acontecer isso de novo. É um dia que tem de ficar na memória do ténis”, concluiu.