O antigo tenista português João Sousa acordou hoje com o anúncio do fim da carreira de Rafael Nadal, confessando ser um “dia triste para a modalidade”, mas uma oportunidade de celebrar um “grandíssimo jogador e uma excelente pessoa".

O espanhol, antigo número um do mundo e detentor de 22 títulos do Grand Slam, anunciou hoje que vai colocar um ponto final na carreira profissional nas Finais da Taça Davis, entre 19 e 24 de dezembro, em Málaga, confirmando uma notícia que, segundo Sousa, “já era um bocadinho esperada por toda a gente".

“Acho que os últimos dois anos foram muito exigentes para o Rafa, a nível físico e mental. À semelhança da carreira dele, em que sempre teve problemas físicos e os soube ultrapassar, acho que toda a gente estava na expectativa de ele, mais uma vez, ultrapassar isso. Mas também já se percebia que o Rafa não era o Rafa a que nos habituou e a jogar ao nível que sempre jogou”, lembra à agência Lusa o vimaranense, retirado do ténis mundial desde abril.

João Sousa e Rafael Nadal, de 38 anos, são contemporâneos e defrontaram-se no principal circuito três vezes, mas muitos foram os momentos partilhados por ambos dentro e fora dos ‘courts’ de ténis.

“Tive a oportunidade de privar várias vezes com ele, de estar em sua casa, treinar com ele e a sua humildade e respeito para com todos, fosse número um do mundo ou 1000 do ranking, estava sempre presente. O Rafa foi uma pessoa que me ajudou no início da minha carreira também, com algumas conversas sobre ténis e, portanto, é uma pessoa que admiro muitíssimo, não só dentro do campo como fora”, frisa o minhoto, de 35 anos.

Além de defender que “os números do Rafa falam por si, são poucos os torneios que não tenha vencido e, portanto, 22 torneios do Grand Slam é algo inimaginável”, referiu Sousa, considerando o esquerdino de Manacor “um grandíssimo jogador e uma excelente pessoa”.

“É uma tristeza ele deixar o ténis, mas de facto deixa um legado inigualável e eu fico feliz por ele ter conseguido encontrar o momento adequado, na cabeça dele, para acabar a carreira. Sabemos que mais tarde ou mais cedo, como ele bem disse, esta decisão ia acontecer. O que espero é que ele esteja feliz, com o sentimento de dever cumprido, que acredito que o tenha, e que toda a família esteja em sintonia com ele”, acrescenta à Lusa, lembrando ser a Taça Davis o último torneio “para poder desfrutar mais um bocadinho de Rafa Nadal”.

Além dos 22 ‘majors’ conquistados, o maiorquino, antigo número um mundial, conquistou mais 70 troféus e foi campeão olímpico em singulares em Pequim2008 e em pares no Rio2016.