O tenista espanhol Rafael Nadal, que se sagrou campeão do Open da Austrália no domingo, assumiu hoje que “adoraria” permanecer na história como o recordista solitário de títulos do ‘Grand Slam’.

“Se gostaria de ser aquele que tem mais títulos do ‘Grand Slam’ de nós os três? Porque, sim, sejamos claros, a ‘corrida’ é entre nós… Sim, adoraria que isso acontecesse”, confessou ‘Rafa’, referindo-se aos seus grandes rivais, o suíço Roger Federer e o sérvio Novak Djkovic, de quem se ‘distanciou’ no domingo, ao conquistar o 21.º troféu num ‘major’.

De regresso à sua Maiorca natal, o recém-coroado campeão do Open da Austrália concedeu uma conferência de imprensa, na qual aproveitou para reiterar que não está obcecado com o facto de ficar na história como o recordista de títulos do ‘Grand Slam’.

“Estou obcecado com isso? Ficaria desapontado se não o conseguir? Não, de todo”, reforçou, admitindo não acreditar que 21 títulos sejam suficientes para permanecer como recordista – Federer e Djokovic têm 20 cada um.

Vindo de uma vitória épica em Melbourne Park, após recuperar de uma difícil lesão no pé esquerdo, Nadal, de 35 anos, voltou a regozijar-se por ter voltado ao mais alto nível, quatro meses depois de ter sido operado e semanas depois de ter estado infetado com o coronavírus.

“Foi uma experiência inesquecível, pude saborear novamente o desporto ao mais alto nível, o que era algo difícil de imaginar há umas semanas. Foi muito especial jogar novamente ao nível dos melhores, foi fulcral para mim e para perspetivar o meu futuro”, considerou.

Para o maiorquino, “a situação era dramática”, mas permitiu-lhe jogar com menos pressão e “mais vontade e alegria”.

“Ainda há pouco tempo, teria assinado por baixo simplesmente para poder jogar ténis, mesmo sem ganhar o que quer que fosse, e hoje tenho 21 títulos”, notou.

Definindo-se como um “sortudo na vida”, Nadal assumiu que a sua ambição nunca foi desmedida. “É sã. Aquilo que me motiva, é fazer o que faço. Adoro treinar, participar nos torneios e satisfaz-me fazer o que faço. Sei que há uma ‘data de validade’ e que tudo isto não durará para sempre, mas enquanto puder continuar a desfrutar [do ténis], vou fazê-lo”, completou.

O “prazer” de, aos 35 anos, defrontar “os melhores jogadores do mundo, nos melhores ‘courts’ do mundo”, é aquilo que ainda o move, acrescentou ainda.

Nadal tornou-se no domingo no primeiro tenista masculino a vencer 21 torneios do 'Grand Slam', ao derrotar o russo Daniil Medvedev, num encontro em que esteve a perder por dois 'sets' a zero.

Vencedor em Melbourne em 2009, Nadal, quinto do 'ranking' mundial, somou o seu segundo título na Austrália, ao vencer Medvedev, número dois da hierarquia (e 10 anos mais novo do que o espanhol), por 2-6, 6-7 (5-7), 6-4, 6-4, 7-5, numa maratona de cinco horas e 24 minutos.

Com o triunfo na sua 29.ª final do 'Grand Slam', o espanhol superou o suíço Roger Federer, de 40 anos, e o sérvio Novak Djokovic, de 34.