Marcante tenista da Taça Davis, Nuno Marques cumpre agora o sonho de capitanear a seleção portuguesa numa concentração de pré-época que reúne no Centro de Alto Rendimento (CAR) do Jamor o futuro do ténis nacional.

Nuno Marques, que durante anos figurou como o melhor representante nacional no “ranking” mundial e brilhou como eixo principal de Portugal na Taça Davis, vestiu pela primeira vez, este fim de semana, o papel de selecionador, um sonho repentina e surpreendentemente alcançado.

«Acho que qualquer jogador, ainda por cima para quem a Taça Davis tenha tanto significado como teve para mim enquanto jogador, deixa sempre um pouco em aberto essa hipótese, por muitos projetos individuais que tenha. Pensava [que podia ser capitão] num futuro longínquo, talvez não neste momento», confessou à agência Lusa.

Se o portuense «há uns meses atrás não pensava que neste momento podia ser o selecionador», agora assume a responsabilidade sem esquecer o futuro. Por isso, para a sua primeira atividade oficial como “capitão” escolheu um estágio que concentrou os maiores talentos da nova geração no CAR do Jamor.

«Esta ideia de tentar abranger mais estes miúdos, a próxima geração da Taça Davis, acho que é excelente. Dá-nos para conhecer ainda melhor os atletas que temos, acho que faz todo o sentido», defendeu.

Apesar do grupo - do qual fazem parte Frederico Silva, campeão de pares júnior de Roland Garros (2013) e US Open (2012), André Gaspar Murta ou João Domingues, já convocados para eliminatórias da Taça Davis - apresentar diferentes níveis de preparação, Nuno Marques retira da experiência aspetos positivos.

«Nós temos atletas aqui quase vindos de férias e outros que já estão a treinar há um mês. Obviamente o objetivo era vê-los num contexto competitivo, mas temos de ter isso em conta. O próximo estágio será, em princípio, em abril e aí já esperamos ter menos condicionantes», explicou.

Nuno Marques revelou que uma das suas ideias como “capitão” é incluir novos rostos nas eliminatórias em casa da Taça Davis, além dos já habituais João Sousa, Gastão Elias, Rui Machado ou Pedro Sousa.

«Os miúdos saem das seleções sub-18 e depois não havia nada mais em termos de seleção. E o Projeto Davis tem de se alargar e integrar todos estes miúdos, que vão ser os futuros jogadores da Taça Davis», completou.

O antigo número 86 do mundo não esconde que pretende ganhar a “duríssima” eliminatória contra a Eslovénia, referente ao Grupo I da zona Europa/África.

«Era espetacular que fosse contra Israel aqui [se vencer a Eslovénia]. Eu gostava imenso. Isso era perfeito», concluiu.