Rafael Nadal e Novak Djokovic terão nova oportunidade de provar quem é, de facto, o número um do ténis mundial, com o espanhol a mostrar-se capaz de acabar com o reinado do sérvio no Open da Austrália.

Poucos serão aqueles que esqueceram a emocionante final de 2012 do primeiro "Grand Slam" do ano, que colocou frente a frente Rafael Nadal e Novak Djokovic, num “thriller” que só terminou depois de seis horas com a segunda vitória do sérvio.

Um ano depois, o número um do "ranking" mundial não regressou para a desforra, devido a uma paragem de sete meses por lesão, e assistiu pela televisão à terceira consagração consecutiva do seu maior rival, desta vez diante do britânico Andy Murray.

Mas, nesta edição, Nadal está pronto para terminar com o reinado do seu vice no "ranking" ATP. A seu favor tem a melhor forma de sempre no início de temporada, comprovada pelo primeiro título conquistado em janeiro na sua carreira, e o conforto de ter o número um mundial seguro, aconteça o que acontecer.

Em caso de triunfo, o espanhol tornar-se-ia o terceiro tenista, juntamente com os australianos Rod Laver e Roy Emerson, a ganhar pelo menos duas vezes cada um dos quatro torneios do Grand Slam.

Já Djokovic esgrime três trunfos importantes: foi o último a vencer um encontro entre os dois, precisamente na final do Masters, em Londres, não perde desde a final do Open dos Estados Unidos, em que foi derrotado pelo espanhol, e tem um quadro em teoria bem mais acessível.

Começa a ser tradição a “sorte” do sorteio estar do lado do sérvio, que, este ano, escapou a Andy Murray, o quarto cabeça de série e o finalista de 2010, 2011 e 2013, Roger Federer, o veterano recordista de vitórias no "Grand Slam" e quatro vezes vencedor em Melbourne, ou Juan Martin del Potro, o quinto cabeça de série, tenistas que só poderá encontrar na final.

Na sua metade do quadro, Djokovic tem David Ferrer, o terceiro cabeça de série, e Stanislas Wawrinka, dois homens em forma, mas teoricamente acessíveis numa eventual meia-final, no caso do primeiro, e nuns “quartos”, no caso do segundo.

O vencedor em título tem assim a possibilidade de tornar-se o segundo jogador da história a conquistar, pelo menos, cinco vezes o torneio (o australiano Roy Emerson conquistou seis cetros no Open da Austrália, cinco deles de forma consecutiva).

Embora todas as apostas indiciem um confronto entre os dois primeiros do "ranking", não é de excluir uma eventual surpresa, algo que já é quase um dado adquirido nos “courts” de Melbourne, que costumam ser ingratos para os primeiros da hierarquia mundial.

O calor – estão previstos seis dias de calor extremo, com as temperaturas a rondarem os 40 graus – e a falta de ritmo competitivo serão dois inimigos extra que os tenistas, entre os quais está o português João Sousa, terão de enfrentar entre 13 e 26 de janeiro.