Serena Williams vai colocar ponto final da sua carreira como tenista profissional em breve. Aquela que é vista como uma das melhores tenista de todos os tempos - sendo, pelo menos, a mais galardoada do circuito WTA - vai dizer adeus aos courts.

"Chega uma altura na via em que temos de decidir seguir numa direção diferente. Essa altura nunca é fácil quando se gosta tanto de algo. E, meu Deus, como eu gosto de ténis. Mas a contagem decrescente começou. Tenho de me focar em ser mãe, nos meus objetivos espirituais e em descobrir algo diferente, mas excitante para a Serena. Vou desfrutar ao máximo destas próximas semanas", escreveu numa publicação no Instagram onde mostra a capa da próxima edição da revista Vogue, na qual figura.

"É a coisa mais difícil que alguma vez poderia imaginar fazer", diz, depois, num artigo escrito para a referia revista. "Não quero que este momento acabe, mas ao mesmo tempo estou pronta para o que se segue", acrescentou, dando a entender que vai pendurar as raquetes em breve, embora pretenda ainda marcar presença na próxima edição do US Open, para se despedir 'em casa'.

"Infelizmente eu não estava pronta para ganhar Wimbledon este ano. E eu não sei se estarei pronta para ganhar o US Open, mas vou tentar. Estes torneios divertem-me", garantiu a vencedora de 73 títulos WTA, 23 dos quais conquistados em torneios do Grand Slam. Atualmente, Serena está a competir no Torneio de Toronto, onde disputa a segunda ronda.

"Não estou à procura de nenhum momento triunfante em court para me despedir", frisa, contudo.

"Sou péssima em despedidas, a pior do mundo. Mas saibam que estou muito grata por tudo o que vivi e nunca terei as palavras certas para agradecer tudo pelo que passei. O ténis levou-me a tantas vitórias e a tantos troféus...Vou ter saudades daquela versão de mim, daquela rapariga que jogou ténis. E vou ter saudades vossas...", afirma, em jeito de mensagem de despedida para os amantes do ténis e para os seus fãs.

"Acreditem em mim, nunca quis escolher entre o ténis e a família. Não creio que seja justo. Se eu fosse um homem não estaria a escrever isto porque estaria por aí a jogar e a ganhar, enquanto a minha mulher tinha o trabalho de aumentar a família. Talvez fosse como o Tom Brady, se tivesse a oportunidade", refere também Serena no referido artigo.

"Não me interpretem mal, eu adoro ser mulher e adorei cada segundo da minha gravidez. Trabalhei até ao dia de ir para o hospital e a maior parte das pessoas não sabe que eu estava grávida de dois meses quando ganhei o Open da Austrália em 2017. Mas estou com quase 41 anos e tenho de ceder em alguma coisa. Nunca gostei da palavra 'retirada'. Não me soa a uma palavra moderna. Tenho pensado nisto como uma transição, mas quero ter cuidado com o uso dessa palavra, que tem um significado muito específico e importante para um conjunto de pessoas. Talvez a melhor palavra para descrever tudo isto seja evolução. Estou aqui para vos dizer que estou a evoluir para lá do ténis, em direção a coisas que são importantes para mim", acrescenta.