Os portugueses João Sousa e Nuno Borges defenderam hoje que jogar em casa, no Complexo Municipal de Ténis da Maia, “pode ser determinante” contra a República Checa, na eliminatória de acesso à fase final da Taça Davis.

“Jogar em casa é sempre ótimo, a eliminatória contra a Polónia mostrou isso mesmo. É uma eliminatória ainda mais importante, contra uma grande equipa e poder estar aqui em casa é o ideal”, confessou o número dois português e 105.º do mundo, que vai abrir o confronto contra a República Checa, no sábado, no primeiro duelo de singulares com Jiri Lehecka, 39.º classificado ATP.

João Sousa, número um nacional e 84.º da hierarquia mundial, vai defrontar o checo Tomas Machac no segundo singular de sábado, ditou hoje o sorteio, e diz já estar “adaptado às condições, à terra batida e ao fuso horário”, depois de ter voltado há uns dias da Austrália, onde disputou o primeiro ‘major’ da temporada.

“Sinto-me motivado para ajudar a equipa a entrar nesse tão desejado Grupo Mundial. Já há alguns anos que represento Portugal e esse sempre foi um dos meus objetivos desde muito cedo. É a quarta vez que vamos jogar para passar ao Grupo Mundial e é mais uma eliminatória importante, não só para nós, como para eles. Somos duas equipas fortes. Obviamente que jogar em casa pode ser um fator determinante para o desfecho deste embate”, começou por lembrar.

Apesar de defender que jogar em casa, com o apoio do público português, no Complexo Municipal de Ténis da Maia, “é sempre uma vantagem”, o vimaranense, de 33 anos, sublinha que “isso não quer dizer que sejam favoritos”.

“As duas equipas têm jogadores muito fortes e vamos dar o nosso melhor. Os checos são jogadores jovens, que têm vindo a evoluir muitos nos últimos anos. Conheço os dois, mas conheço melhor o número um [Jiri Lehecka]. São jogadores que, se calhar, não têm tanta experiência de Taça Davis, mas são fortes e que têm a evoluir bastante. Tanto eu como o Nuno vamos dar o nosso melhor e tentar ajudar o nosso país”, sublinhou o minhoto.

Já Lehecka, que atingiu os quartos de final no Open da Austrália, revelou estar a sentir-se “muito bem” e ser “um grande privilégio” jogar contra Portugal na última ronda de apuramento para as finais da Taça Davis.

“Sinto-me confortável no ‘court’, é um bocadinho mais rápido. O nível de ténis que estou a mostrar fala por si próprio. Estou confiante, vou fazer o máximo para ajudar a equipa a ganhar. Acho que posso jogar bom ténis em terra. Estes jogos na Austrália ajudaram-me a chegar ao nível que quero mostrar”, confessou o jovem checo, de 21 anos, que nunca defrontou Nuno Borges e bateu João Sousa, em três ‘sets’, em Kitzbuhel, em 2022.

Enquanto Tomas Machac reconheceu conhecer bem Borges, com quem costuma treinar, e lembrou ter derrotado o vimaranense nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, em três ‘sets’, Adam Pavlasek, escalado para o encontro de pares, confessou que a dupla portuguesa, formada pelo maiato e Francisco Cabral, é “um pesadelo”.

“Já perdi com eles várias vezes. Espero mudar essa história no domingo. É sempre uma história diferente jogar num torneio normal ou na Taça Davis. Espero finalmente derrotá-los no domingo”, frisou Pavlasek, de 28 anos.

A representar Portugal pela terceira vez, Francisco Cabral, 62.º colocado no ‘ranking’ de pares, confirmou as vitórias frente a Adam Pavlasek, mas recordou ser este “um encontro totalmente diferente.”

“Um ‘challenger’ é um ‘challenger’ e aqui estamos a representar o país e a jogar por um objetivo muito importante. Será um encontro completamente diferente e estamos prontos para dar o nosso melhor”, rematou o tenista natural Porto, que se junta a João Sousa, Nuno Borges, Frederico Silva e Gastão Elias na formação escalada pelo capitão Rui Machado para o duelo contra a República Checa.

Será a quarta vez que a seleção nacional vai tentar a presença na última fase da competição, depois das derrotas em 1994 (Croácia), 2017 (Alemanha) e 2019 (Cazaquistão), esta última já no atual formato.

Em caso de vitória, Portugal garantirá, pela primeira vez na história, o apuramento para a fase final da competição, agendada para a semana de 11 de setembro (fase de grupos), em quatro cidades a anunciar, com um total de 16 seleções em prova.