O vento, o “velho inimigo” dos tenistas, sopra anormalmente forte este ano, dificultando a vida dos portugueses no 24.º Portugal Open, que além dos respetivos adversários têm de fazer “game, set and match” a esse rival.
Omnipresente a cada edição, mas ainda mais forte desde sábado, o vento tem marcado os primeiros dias da 24.ª edição do Portugal Open, reformulando a “paisagem” nas bancadas e obrigando os jogadores a esforço adicional.
«Este ano, nos primeiros dias do ‘qualifying’, o vento soprou bastante forte, não é normal este vento assim», disse Rui Machado à agência Lusa.
O tenista algarvio, que joga pelo quarto dia consecutivo nos “courts” do complexo do Jamor, tem tido a sorte de escapar ao Central, onde o vento faz mais remoinhos e sopra de várias direções, mas hoje defrontará o romeno Victor Hanescu no campo principal, o que o obrigará a readaptar o seu jogo.
«Normalmente não dá para ser tão agressivo, temos de controlar um pouco as direções, não dá para jogar tão perto das linhas. Temos de jogar com mais consistência, porque a bola não vem com tanta exatidão», descreveu aquele que é o melhor jogador português de sempre na hierarquia ATP (foi 59.º).
Machado revelou que é no serviço que sente mais dificuldades, porque é uma pancada que exige precisão.
«Há que saber lidar com a situação, saber que não vamos produzir o nosso melhor ténis, mas sim tentar fazer o melhor que conseguimos», completou, garantindo que, para qualquer jogador, é mais confortável jogar sem vento.
Machado não está sozinho na luta anti-vento: a segunda-feira, dia em que o torneio arrancou oficialmente com os encontros do quadro principal, Maria João Koehler e Pedro Sousa foram eliminados e apontaram o dedo ao querido inimigo.
«As condições climatéricas dificultaram muito o meu jogo. Isso não pode ser uma desculpa, porque foi igual para as duas jogadoras, mas a verdade é que dificultou o meu serviço», afirmou a número um portuguesa, eliminada pela russa Elena Vesnina.
Também o terceiro melhor tenista português, Pedro Sousa, afastado pelo belga David Goffin, considerou que «o vento tornou muito difícil servir».
Mas não é só no “court” que o velho conhecido obriga a medidas improvisadas. Com a primavera em vigor e depois de um verão antecipado, os espetadores viram-se obrigados a desenterrar os sobretudos, os cachecóis e as luvas, substitutos dos habituais impermeáveis necessários à observação tenística no Jamor.
A chuva deu tréguas e foram os agasalhos a melhor maneira de contrariar o vento que não deixou indiferentes a terra batida, transformada em nuvem de pó, as bandeiras da prova e as estruturas do recinto, inabaláveis perante tanta agitação.