Lisboa quer ter a sede da Volvo Ocean Race (VOR) em vela e aproveitar as instalações da Doca de Pedrouços como base de treinos de regatas oceânicas, disse hoje à agência Lusa o diretor do projeto, José Carmona Santos.
«Quando apresentámos uma candidatura para a VOR foi pensado para seis edições, três edições com passagem em Portugal, três edições de sede da VOR. E o uso dessas infraestruturas para base de treinos de regatas oceânicas, para as equipas poderem vir aqui treinar», explicou o responsável da Lagos Sports, promotora da escala portuguesa da maior regata de circum-navegação à vela.
José Carmona Santos deu como exemplo a experiência do Abu Dhabi, vencedor da sétima etapa da prova, que esteve a estagiar em Cascais e a treinar no Tejo durante o último verão, antes do arranque da regata em Alicante, Espanha, a 05 de novembro.
«Nós tivemos o exemplo do barco que ganhou aqui, o Abu Dhabi, que esteve a treinar em Cascais e que ganhou em casa, como o ‘skipper’ Ian Walker disse, e não havia espaço em Lisboa para mais barcos, porque havia outras regatas lá a decorrer», sublinhou.
O diretor do “stopover” de Lisboa lembrou que, «neste momento, já há uma base» e agora faltará construir mais algumas infraestruturas, para que os veleiros possam treinar «em permanência» em Lisboa.
A conquista da sede da VOR «é um objetivo» assumido pela organização da escala de Lisboa e agora definitivamente potenciado, depois de Lisboa ter mostrado «ser capaz de fazer o melhor ‘stopover’» da 11.ª edição.
O lançamento de uma campanha exclusivamente lusa, ou numa primeira fase “mista”, com outro país, é outro objetivo da organização portuguesa.
O balanço do primeiro dia da Volvo Ocean Race em Lisboa ficou também marcado pelo êxito da adesão do público na chegada noturna das embarcações, com cinco mil pessoas a aguardarem os veleiros em Pedrouços ao início da madrugada.
Carmona Santos lembrou que a vela «não é um desporto muito forte em Portugal», o que não impediu uma receção «extraordinária» dos iates, um facto que destacou para frisar que «esta é uma aposta ganha».
A receção em Lisboa, no final da sétima etapa, contrastou com o relativo alheamento demonstrado na largada em Miami, no dia 20 de maio, onde apenas três centenas de pessoas foram despedir-se da frota.
Aliás, a assistência na chegada a Lisboa terá mesmo ultrapassado o número de pessoas que visitaram a Race Village durante o “stopover” de Miami.
A 11.ª edição da Volvo Ocean Race iniciou-se em novembro em Alicante, Espanha, cidade que neste momento acolhe a sede da prova, terminando a 07 de julho em Galway, na Irlanda, após uma passagem por Lorient, França.
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