O frio e o cansaço estiveram na base da morte do velejador António Bartolomeu, no dia 5 do mês passado, durante a primeira regata internacional do hemisfério Sul, que ligou as cidades de Cabo, na África do Sul, ao Rio de Janeiro, no Brasil.
O médico do veleiro Bille, Luís Filipe Gasparinho, disse ter sido um golpe duro no momento desta tragédia inesperada, provocada por fortes tempestades nas águas territoriais Sul-africanas.
"Foi muito duro quando notamos que o nosso companheiro já não resistiu na sequência da queda que teve. Tudo fizemos para lhe livrar, mas a distância em que caiu a 50 metros do barco ditou na sua morte imediata", informou.
Elogiou a fragata da marinha Sul-africana que foi impecável pela forma como atuou para salvar os ocupantes do barco Bille, que ficou afundado.
"Tudo o que aconteceu só se via em filmes. O barco virou duas vezes atirando os tripulantes para aquela água bastante fria. Pela distância que o Bartolomeu caiu e também pela deficiência que tinha numa das pernas, impossibilitou-lhe de nadar com perfeição" - lembrou.
O comandante Rui Sancho disse, por outro lado, que o momento mais difícil no percurso foi quando surgiram os ventos fortes, que levaram em algumas ocasiões encontrar soluções para se evitar o pior.
"Depois de termos perdido todas comunicações, derivadas com o curto circuito no interior do barco, tivemos de recorrer ao gps do comandante Rui Sancho", disse um dos membros da tripulação Bille, em declarações a imprensa angolana presente no Rio de Janeiro na cobertura da chegada da regata.
O veleiro Mussulo III, uma das embarcações do Team Angola, concluiu a prova no dia 27 de Janeiro, com o tempo de 22 dias, 11 horas, 25 minutos e 25 segundos.
O barco italiano Mazarati foi o vencedor desta "aventura" marítima, ao percorrer 10 dias, numa competição iniciada no dia 04 de Janeiro, na cidade de Cabo, na África do Sul.
A regata começou com a participação de 39 embarcações, representando as cores nacionais de Angola, Índia, Áustria, Itália, Alemanha, Inglaterra e África do Sul.
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