O velejador Santiago Sampaio acredita que vai competir nos Jogos Olímpicos de Paris2024, em ILCA 7, a classe para a qual trabalha diretamente e o ajudou a aprofundar os seus conhecimentos sobre a embarcação.
“Ajudou-me bastante como atleta perceber exatamente como um barco funciona. Cada treinador tem as suas teorias e preferências, a mim ajudou-me muito entender como o barco funcionava. Conseguir filtrar muitas das coisas que são ditas e criar a minha própria opinião. Tem-me dado muito apoio enquanto atleta ter esta formação em engenharia naval”, ilustrou, em declarações à Lusa.
A oportunidade de trabalhar com a organização internacional que gere a classe – todos os seus eventos e ligações à World Sailing, entre outros – surgiu durante a pandemia de covid-19, valendo-lhe também o curso de engenharia naval tirado em Southampton, Inglaterra.
“Comecei durante a pandemia quando estivemos de quarentena em casa e não podíamos andar à vela. Surgiu a oportunidade de me juntar na parte técnica, ligada a construtores, fornecedores, à parte material do barco”, explicou.
A classe ILCA (7 para os homens, 6 para as mulheres) está sedeada nos Estados Unidos, contudo a equipa, que labora à distância, está espalhada pela Austrália, Inglaterra, França, Espanha e Portugal.
“Quando na entrevista para este trabalho me perguntaram pelo futuro, sobre a minha campanha [para Paris2024], disse-lhes que por muito que eu gostasse de trabalhar para eles, a minha prioridade era ir aos Jogos Olímpicos. E eles são os primeiros a apoiar-me, tirando-me trabalho nas semanas anteriores aos campeonatos”, elogiou.
Santiago Sampaio assume que precisa de “fontes de rendimento” que lhe permitam suportar o seu sonho, até porque tem “preparação autónoma”, com o seu próprio treinador. A esse propósito, assume que é “fundamental” o apoio que tem recebido do Comité Olímpico de Portugal e da federação da modalidade.
“E agradeço ainda à classe, porque não é toda a gente que consegue um trabalho tão flexível e que me possa dar as condições para conseguir financiar a minha campanha”, reforçou.
Nos Mundiais as coisas não lhe correram como previsto – “queria um top 20, depois de ter sido vários dias top 10 no Europeu” – e agora só Eduardo Marques pode conquistar a vaga para Portugal nesta primeira das quatro fases de classificação da classe ILCA (tem mais uma do que as restantes), estando, na classificação, a dois lugares dos lote dos 16 países mais fortes que avançam já para Paris2024.
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