Portugal poderá estar representado nos Jogos Olímpicos Paris2024 em “três ou quatro classes de vela”, vaticinou ontem o diretor técnico nacional, Luís Rocha, em vésperas da primeira fase de apuramento, nos mundiais de Haia que principiam sexta-feira.

“A nossa melhor expectativa, o que trabalhámos fortemente e acreditamos que é possível, embora difícil, é a participação em três classes olímpicas ou em quatro, no caso o ILCA 6, se houver a naturalização da Vasileia (Karachaliou)”, assumiu, em declarações à Lusa.

Em função dos “últimos resultados nas grandes provas internacionais”, a maior confiança do responsável está depositada nos 470, na dupla Diogo Costa/Carolina João, ambos olímpicos em Tóquio2020, em Eduardo Marques e Santiago Sampaio, em ILCA 7, e em Mafalda Pires de Lima, em kite, embora ciente de que o seu objetivo mais realista será para Los Angeles2028.

Quanto à situação de Vasileia, que tem representado Portugal com uma autorização especial da federação internacional de vela, e que poderá competir pelo país em Paris2024 caso seja naturalizada até março do próximo ano, foi recordado o seu “alto nível” competitivo, consubstanciado na medalha de prata nos campeonatos da Europa deste ano.

A primeira fase de apuramento vai ser nos mundiais de Haia, entre sexta-feira e 20 de agosto, onde estes velejadores integram a seleção de 15, reforçada por mais quatro elementos da vela adaptada.

Em ILCA 6 e 7 há 16 vagas disponíveis, em 470 e em kite oito, enquanto em 49er serão 10.

“Este Campeonato do Mundo é a primeira prova que pode garantir Paris2024, que na vela será em Marselha. Temos tido classificações que nos apontam para possibilidade de apuramento direto nesta primeira oportunidade em duas classes, a 470 e o ILCA 7. Essa chance tem por base dados objetivos, as classificações que os velejadores tem obtido dentro da quota de qualificação”, ilustrou Luís Rocha.

Depois destes mundiais, a vela tem mais dois momentos de qualificação, sendo o próximo uma nova fase europeia, em distintas alturas mediante o tipo de embarcação, e, por fim, em abril, na semana olímpica de Hyères, em França, com as derradeiras vagas internacionais: no caso dos ILCA, há ainda o mundial de 2024.

“Vamos ambiciosos, com confiança nas nossas qualidades. Não somos os maiores quando ganhamos, nem piores quando perdemos. Temos de ter consciência das dificuldades. Se correrem de forma positiva, ficamos felizes. Se correrem de forma menos positiva, continuamos fortemente empenhados para que corra melhor numa próxima oportunidade”, vincou.

Apesar da vela portuguesa não contar com o financiamento desejado para responder à sua ambição, o diretor técnico nacional garante que a comunidade está “muito satisfeita” com o que está a ser feito com os recursos disponíveis, como o espelha “a confiança dos velejadores expressa nos seus resultados”.

Em Tóquio2020, Portugal contou com cinco competidores, quatro masculinos e um feminino, sendo que o desempenho mais relevante, um sétimo lugar, com direito a diploma olímpico, pertenceu à dupla Jorge Lima/José Costa, em 49er.

Os irmãos Diogo e Pedro Costa foram 15.º em 470, classe que agora é mista e os obrigou a separar, enquanto Carolina João foi 34.ª em Laser Radial.