Nuno Henriques, candidato à vice-presidência da Federação Internacional de Vela (ISAF) acusou hoje o presidente da federação portuguesa de estar a «boicotar» as suas aspirações às eleições de novembro, denúncia já negada por José Leandro.

«Fui nomeado recentemente candidato a vice-presidente da ISAF por sete federações de vela às eleições que se realizam em novembro [em Dublin, Irlanda], mas entretanto, avisaram-me que a Federação Portuguesa de Vela fez uma queixa contra mim, a pedir para excluírem a minha candidatura», disse à agência Lusa Nuno Henriques.

O dirigente da Associação Portuguesa de Regatas, explicou à Lusa que o presidente da FPV, José Leandro, está «a travar» a sua candidatura à vice-presidência do organismo internacional, acusação que é desmentida pelo próprio.

«Tenho conhecimento da candidatura porque fui informado pela ISAF e nada mais. A FPV tem uma posição. Há mais de um ano, demos conhecimento à ISAF que o Sr. Nuno Henriques não tinha nada a ver com a vela nacional, tinha sido autoexcluído da modalidade. Agora, voltámos a reenviar essa informação para chamar à atenção», disse à Lusa, José Leandro, presidente da Federação Portuguesa de Vela.

Nuno Henriques esclareceu, por seu turno, que a federação nacional «não tem qualquer poder de veto» na sua candidatura, avançando que quem vai decidir será o presidente da ISAF, o rei Constantino da Grécia, alertando que este «está a apreciar a legitimidade da queixa».

«Estão a alegar que fui expulso da modalidade, mas tal acontece em violação com a lei e a constituição portuguesa», sublinhou Nuno Henriques.

Segundo este, a sua autoexclusão da modalidade deve-se ao facto de «ter criado uma entidade [Federação de Vela de Portugal] com estatutos que cumpriram a lei», em outubro de 2010, com a qual concorreu às eleições para a direção do organismo.

«Em novembro de 2010 fizeram uma assembleia geral na FPV onde aprovaram um regulamento que dizia que quem estivesse ligado a esta associação estava autoexcluído da modalidade. Ora isto viola a lei e a constituição portuguesa. Não são possíveis penas sem duração limitada, nem retroagir as coisas», frisou Nuno Henriques.

O aspirante à presidência da FPV, que há dois anos moveu uma queixa-crime contra José Leandro (processo que ainda está a decorrer), sublinhou que o atual presidente está a fazer de tudo para que Portugal fique sem um representante na ISAF.

«Para a candidatura ao cargo de vice-presidente são precisos apoios de cinco federações nacionais, eu recolhi o apoio de sete (Brasil, Chile, México, Coreia do Sul, Argélia, Sudão e Seychelles). Quando soube da denúncia, resolvi agir e defender-me e como tal, fiz uma carta aberta expondo toda a situação», disse.