O presidente da Federação Portuguesa de Vela exultou hoje com as três qualificações olímpicas conseguidas nos Mundiais de Haia, contudo, lembrou que este é somente o início de um processo que visa resultados de eleição em Paris2024.
“Isto é o princípio de um caminho ainda longo, não o fim. Ainda vai implicar muito esforço e sacrifício para chegarmos aos Jogos Olímpicos e termos os melhores resultados possíveis”, advertiu Mário Quina, em declarações à Lusa.
Nos Países Baixos, Diogo Costa e Carolina João conseguiram vaga para Portugal em 470, Eduardo Marques em ILCA 7 e Vasileia Karachaliou em ILCA 6, embora, neste caso, tudo esteja dependente da naturalização da grega até março de 2024.
“Foi um balanço muito positivo e estão todos de parabéns. Estamos no bom caminho, mas ainda existem mais hipóteses de seleção e espero ter boas surpresas nas próximas regatas de seleção para Paris2024. Estou muito orgulhoso dos meus velejadores, da equipa técnica e dos treinadores. Há uma equipa por trás e estou orgulhoso do trabalho de todos”, vincou.
Mário Quina congratulou-se com a estratégia da federação em “apoiar as classes em detrimento de o fazer diretamente aos atletas”, considerando que os resultados dessa opção são visíveis, nomadamente a concorrência interna nas diversas classes e que oportunamente ditará quem representará o país nos Jogos.
O apuramento logo na primeira das três oportunidades foi considerado “extremamente importante”, designadamente para “retirar a pressão” da incerteza e permitir que a preparação decorra “dentro do expectável e planeado”.
O que a federação não pode controlar é a questão do financiamento, com Mário Quina a revelar-se preocupado com os anunciados cortes ao desporto por parte da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
“Não é nada bom para desporto em geral, nomeadamente o Comité Olímpico de Portugal. As verbas que temos são mínimas e se ainda vão cortar é um sarilho…”, desabafou.
O dirigente recordou o facto de o investimento das federações ser normalmente superior no ano que precede os Jogos, seja para o apuramento ou para preparação dos seus competidores.
“Dependemos muito de apoios públicos, do IPDJ e do COP. Se houver cortes isso vai repercutir-se em todas as federações, também na de vela. No ano anterior aos Jogos há um grande esforço das federações para darmos aos atletas todas as condições, pelo que não é fácil. Vemos isso com preocupação”, concluiu.
Além dos três apuramentos olímpicos, a vela portuguesa foi a dois pódios nas classes adaptadas, nomeadamente Pedro Câncio Reis e Guilherme Ribeiro foram vice-campeões do Mundo em RS Venture e João Pinto bronze em Hansa 303.
Na capital dos Países Baixos começou a qualificação para Paris2024, sendo que, posteriormente, há um período de repescagem europeu – datas e locais distintos para as diferentes classes –, antes de um último evento, mundial, em França, para atribuição dos derradeiros lugares.
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