Os três velejadores portugueses na competição de kite dos Mundiais de Haia não ficaram perto do apuramento para Paris2024, contudo, pela margem de progressão que entendem ter, sobra-lhes confiança para o fazerem em 2024.

“É um balanço positivo, pois senti melhorias significativas em relação à época passada, nomeadamente na velocidade e na forma como faço a regata. Ainda assim, estou consciente de que falta trabalhar um pouco mais para conseguir a qualificação no próximo ano, mas sei que estou perto”, disse Mafalda Pires de Lima, à Lusa.

Mafalda Pires de Lima foi a melhor do trio, com o 33.º lugar, que, na classificação particular por países, significa o 18.º, quando apenas os oito primeiros garantiam Paris2024.

“Com base no que foi o último ano, sabia que ia ser muito complicado. O meu objetivo foi ver como estou em relação aos adversários, na minha segunda temporada na classe. Sinto que melhorei muito desde 2022. Nos três primeiros dias fui muito regular, mas o último não me correu bem, cometi alguns erros, tive colisões com outros atletas. Faz parte”, resignou-se o irmão, Tomás Pires de Lima.

Com a falta de vento hoje em Haia, as quatro últimas regatas das competições kite não se puderem realizar, pelo que prevaleceu a classificação final da véspera, quando caiu 17 posições, para 48.º.

Pedro Afonso Rodrigues também não pode corrigir hoje a forte queda de quinta-feira véspera, de 29 degraus, para 61.º: “Não correu como eu queria, tenho de ser honesto. Tinha o objetivo de estar na frota de prata, acabei na de bronze”.

“A parte boa foi perceber no que estava a falhar. Queria entender como estava para a frota e na vertente tática estou abaixo do que esperava e acabei por ser penalizado por isso”, disse o vianense.

O trio tem agora outras duas hipóteses de alcançar os Jogos, a primeira das quais no campeonato da Europa, em setembro, em Portsmouth, Inglaterra, com um lugar, sendo que a derradeira será em maio do próximo ano na semana olímpica de Hières, França, com mais cinco vagas mundiais.

No melhor caminho para serem bem-sucedidos, Mafalda quer “ganhar velocidade”, sendo que a forma mais fácil e direta de o fazer é “engordar 10 quilos”, uma vez que os seus 63 estão abaixo do ideal.

“Ajuda-me a cumprir o sonho de Paris2024, mas adio qualquer plano de casamento por oito anos”, graceja.

Já o irmão Tomás aposta no reforço da “capacidade para manobrar mais rápido” e Pedro entende que “se fizer um bom trabalho no inverno, tudo é possível”.

Nos Mundiais de Haia, Diogo Costa e Carolina João já apuraram Portugal na classe 470 com um dos oito mais fortes e Eduardo Marques está a dois lugares de entrar nos 16 mais velozes, faltando-lhe cumprir duas regatas em ILCA 7.

Em ILCA 6, Vasileia Karachilou só falhará a qualificação em caso situação extremamente invulgar, contudo só poderá representar Portugal caso tenha nacionalidade consumada até março de 2024, senão a vaga vai para outra nação.